O FESTIVAL ESTUDANTIL DE TEATRO (FETO) CHEGA À 20ª EDIÇÃO

O FESTIVAL ESTUDANTIL DE TEATRO (FETO) CHEGA À 20ª EDIÇÃO

Com patrocínio do Instituto Unimed-BH, um dos mais longevos festivais estudantis de teatro completa 20 anos de atividades ininterruptas e uma agenda toda online. Participam da edição comemorativa, estudantes, professores e pesquisadores de todas as regiões do país. Um dos critérios de seleção das propostas é que o trabalho tenha sido realizado cumprindo o protocolo de isolamento social. De 18 a 26 de novembro acontece a 20ª edição do Festival Estudantil de Teatro. No ano em que comemora duas décadas, um dos mais longevos e importantes eventos nacionais na área de artes cênicas e educação, experimenta, pela primeira vez, uma edição toda online. A programação de 2020 traz como sempre oficinas, bate-papos, rodas de conversa, e ainda, uma mostra de trabalhos artísticos inéditos, pensados para o modo virtual e para as plataformas digitais em formatos diversos (cenas curtas, websérie, podcast, performance, leitura dramática, formatos híbridos etc.). Um critério importante é que as propostas sejam realizadas seguindo os protocolos de isolamento e/ou distanciamento social. Na mesa de abertura, dia 18 (quarta-feira), às 19h, um bate-papo, ao vivo, sobre dramaturgia e narrativas femininas no teatro, com as autoras/artistas da cena brasileira Grace Passô (MG/SP), Janaína Leite (SP), Luciana Campos (MG) e Sara Pinheiro (MG). Mediação: Marcos Coletta. O público acompanha transmissões do festival, em tempo real, e em publicações de conteúdos audiovisuais gravados, nas plataformas Facebook, Instagram e YouTube @FETOteatro. Mais informações no site. Pela primeira vez na história do festival, foram selecionados 24 experimentos – com pontes entre o teatro e as ferramentas digitais – que ainda estão no papel ou em fase de desenvolvimento. “Pensar os trabalhos a partir de propostas escritas foi um grande desafio. É algo novo para a curadoria. Quando se inscreveram, os estudantes tinham apenas uma ideia aproximada do que queriam. Vamos ver juntos o resultado”, explica a atriz e professora de teatro, Gláucia Vandeveld, que assina a curadoria do FETO ao lado de Michelle Sá e Marina Arthuzzi. Para a seleção das propostas, foram considerados os seguintes critérios: atualidade (trabalhos que dialogam ou foram adaptadas durante a pandemia para o virtual); criatividade e possibilidades artísticas; relevância temática (pautas sobre raça, gênero, LGBTQIA+, questões indígenas); diversidade de linguagem; distribuição regional e trabalhos nas periferias; representação do Ensino Público e urgência (processos interrompidos pela pandemia). Os selecionados estão inseridos nas modalidades: criações de minuto (propostas de até 2 minutos para feeds do Instagram), experimentos cênicos (propostas de 3 a 10 minutos para o Youtube), ideias confinadas (propostas com acompanhamento de tutor indicado pelo festival, com duração de 20 minutos e transmissão também pelo Youtube), e ainda, Fazendo ao Vivo (que contempla trabalhos realizados no período de isolamento social, transmitidos em tempo real, no canal do FETO). “Percebemos uma tendência para o performático e isso compõe com a cena contemporânea. Em muitas propostas, aparecem corpos e ‘corpas’ diversas, algo já bastante presente na edição anterior. Esses lugares de fala, esses desejos de pertencimento, as questões de gênero e de identidade, são pautas que estão aí, prementes”, afirma Gláucia Vandeveld. Além da Mostra de espetáculos, os tradicionais bate-papos e rodas de conversa continuam nesta edição, em modo virtual. Os trabalhos inéditos serão comentados por convidados no Olhares: dez rodas de conversa, sendo cinco fechadas, via zoom para categoria Teatro na Escola, e outras cinco, abertas ao público, na categoria Escola de Teatro. Já oito bate-papos trazem discussões sobre a Mostra Memória, uma programação comemorativa de aquecimento. Ela dá início 15 dias antes do FETO começar e propõe, nesse período, a exibição de 24 trabalhos apresentados nas edições anteriores. “O objetivo é levar um pouco da história de resistência do festival para as novas gerações”, explica um dos curadores da mostra, Eliezer Sampaio. O público assiste às obras e aos bate-papos, no canal do YouTube. As oficinas também serão realizadas virtualmente, via zoom. Os estudantes podem se inscrever até 5/11. “E.C.O.S. – Memória como percurso criativo – miradas latino-americanas”, ministrada por Idylla Silmarovi (MG) propõe investigar a partir do pensamento e das obras de artistas latino-americanas das artes presenciais, apontamentos acerca da memória como caminho de criação cênica-performativa. Já o ator Mateus Cardoso do Grupo Carmin de Teatro (RN), traz “Dramaturgia Audiovisual no Teatro”. A oficina pretende apresentar e praticar as técnicas utilizadas pela companhia nordestina, que já passou pelo FIT-BH, a aplicação do audiovisual na cena. Com todas essas ações mediadas pelas telas, o alcance do Festival ganha outra dimensão na vigésima edição, além de possibilitar, por exemplo, discussões sobre as práticas, resistências e desafios da formação em Teatro fora dos eixos, com profissionais da Universidade Federal do Sul da Bahia, Universidade Federal da Grande Dourados e Universidade Federal do Acre “Se fosse presencial, talvez não pudéssemos contar com essas pessoas por questões de agenda e logística”, completa Gláucia Vandeveld. “Tem sido um momento de aprendizagem: quais as necessidades técnicas em um ambiente virtual? Não posso pedir ao estudante um mapa de luz ou um tempo de montagem do espetáculo, porque a lógica agora é outra”, explica Cris Diniz, que está na coordenação técnica do festival desde 2010. “Estamos atentos às necessidades dos estudantes na criação e exibição dos trabalhos. Como é tudo muito novo, temos estudando maneiras de contribuir com os artistas que possuem acesso restrito às ferramentas digitais”, explica. Desde os primórdios, essa é uma das principais características do festival, segundo a idealizadora do FETO, Bárbara Bof: “um lugar de apoio, de afeto, de encontro, feito verdadeiramente para os estudantes. Há alguns anos afastada da organização do festival, a produtora afirma que “em outros tempos, era inimaginável pensar uma edição totalmente virtual, sem palco, sem troca”. Para ela, o festival resiste há décadas, porque foi criado “com o desejo de experimentar e de dar visibilidade e espaço para as pessoas em fase de formação, reconhecendo as diferentes vozes espalhadas pelo país. É impossível pensar a construção e evolução de qualquer processo que não inclua outras gerações”, afirma. A curadora Gláucia Vandeveld concorda e acrescenta que o que faz o FETO permanecer no tempo, para além da capacidade e coragem de se reinventar, são as parcerias: “pessoas que acreditam e acreditaram todos esses anos: patrocinadores, leis, colaboradores, apoiadores. Nessa edição, tivemos muita gente procurando a organização com desejo de ajudar e participar.” Este projeto conta com o patrocínio do Instituto Unimed-BH, viabilizado pelo incentivo de mais de 5,1 mil médicos cooperados e colaboradores por meio da Lei de Incentivo à Cultura, Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal, Pátria Amada Brasil. SOBRE O FETO O FETO – Festival Estudantil de Teatro existe desde 1999, em Belo Horizonte, com a finalidade de valorizar, visibilizar e fomentar o teatro nas escolas, universidades, cursos livres e técnicos, de todo o país. O Festival também busca estimular a reflexão e o debate sobre o teatro estudantil e o universo da cena como um todo, bem como a formação de público, além de democratizar o acesso à cultura por meio de atividades destinadas a várias esferas da sociedade. O FETO não é uma mostra competitiva e não possui premiações. É um festival que está na sua 20ª edição e que ano após ano, sobreviveu às dificuldades encontradas pela cultura no país. Isso só é possível porque o FETO é construído de forma coletiva pela Associação No Ato, grupos e artistas selecionados, instituições participantes e parceiros de longa data. Em duas décadas de existência, o FETO recebeu 1214 inscrições de todas as regiões do país e abriu espaço para a apresentação de 279 espetáculos entre produções selecionadas e convidadas. Aproximadamente 3.700 estudantes participaram do festival que contabiliza, ainda, um público de quase 80.000 espectadores. SOBRE INSTITUTO-UNIMED-BH Associação sem fins lucrativos, o Instituto Unimed-BH, desde 2003, desenvolve projetos visando ampliar o acesso à cultura, estimular o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas, valorizar espaços públicos e o meio ambiente. Ao longo de sua história, o Instituto destinou R$120 milhões ao setor cultural, por meio do Programa Sociocultural Unimed-BH via Lei Municipal de Incentivo à Cultura e da Lei Federal de Incentivo à Cultura, viabilizado pelo patrocínio de mais de 5.100 médicos cooperados e colaboradores. No último ano mais 850 mil pessoas foram alcançadas por meio de projetos de cinco linhas de atuação: Comunidade, Voluntariado, Meio Ambiente, Adoção de Espaços Públicos e Cultura. SERVIÇO FETO 20ª edição – Programação Toda Online = 18 a 26 de novembro = 18 de novembro, quarta-feira, de 19h às 20h30 – MESA DE ABERTURA Com Grace Passô, Janaína Leite, Luciana Passos e Sara Pinheiro (Ao vivo, Youtube) Programação: – Oficinas (inscrições abertas até 5/11) – Mostra de Trabalhos Inéditos e Rodas de Conversa – Mostra Memória (espetáculos de edições anteriores) e bate-papos (ao vivo) – CaFETO – uma roda de conversa sobre “A formação em teatro em tempos de pandemia – experiências, desafios e novas perspectivas nas salas de aula online”. Mediação da atriz e diretora Raquel Castro |I Plataformas: YouTube, Zoom e Instagram || Mais informações sobre o festival. Facebook, Instagram e YouTube: @FETOteatro

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