Você tem memória?  

Em  2013,  Congonhas do Campo/MG.  Encontro de Carros Antigos.

Como boa parte das palavras de origem portuguesa, memória tem sua raiz etimológica embrionária no latim.  A palavra que remete ao sentimento de reter, lembrar e guardar evidências do passado longínquo ou atual, é o mesmo que permite o bem querer das vivências rememoradas com pessoas e lugares.

A memória é para a história como o queijo e a goiabada- a união perfeita- tanto que recebeu o codinome do livro clássico de Hamlet- Romeu e Julieta, também adaptado para o cinema.

A vida, o mundo, o ser humano quando analisado sem memória está fadado ao insucesso.  Toda análise, em todos os aspectos das vida cotidiana, seja na área da saúde, educação, engenharia, arquitetura, geografia,  literatura, matemática quando é feita se recorre à memória, logo à história, mesmo assim tem-se por falta de hábito não registrar devidamente como os fatos ocorrem, ou são feitos de forma equivocada- deixando lacunas para futuro. Vale lembrar, que mesmo as memórias recentes, já constam como passado. Assim, um fato ou uma foto retirada ontem já entra em no arquivo de memória.  Sim, as fotos fazem parte significativa da memória, sendo elas importantes no ato rememorar o passado.  A foto está para história, como queijo está para a goiabada. E , Romeu para Julieta.

Logo, uma foto sem memória, sem o seu devido registro historiográfico não é nada mais que uma imagem. Eis a diferença. É preciso contextualizar a imagem ao fato, logo criando sua memória e tendo assim a história.

 Com o advento da internet e das chamadas redes sociais, como Facebook e Instagram facilitadas pelos diversos mecanismos tecnológicos, como celulares que fazem o trabalho das máquinas fotográficas eficientemente, as imagens se tornaram corriqueiras, mas elas têm memória?

Surgiu a expressão #TBT, uma abreviação do termo em inglês Throwback Thursday, que traduzido para o português literalmente, significa “retrocesso da quinta-feira” e mostra um fato memorável que ocorreu em sua vida no passado, recente ou não. Logo, refere-se à história, à sua História. Lembranças vividas e dignas de saudades.  

Como disse certa vez Sebastião Salgado, o maior fotógrafo do Brasil: Você não fotografa com sua máquina. Você fotografa com toda sua cultura.” Assim, além de  criar imagens, é preciso dar a sua memória, história e, portanto a sua cultura para elas.  

 

 

*Historiadora formada pela Universidade de Itaúna em 2002;  Mestre em Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável pela Escola de Arquitetura da UFMG em 2017; Psicopedagoga, Professora e Palestrante. Autora do livro publicado em 2012: Transportador Mineiro- História Pioneira, entre outros.  anitarezende@gmail.com

 

 

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