A magnífica arte no vidro do “Fire Man”

A magnífica arte no vidro do “Fire Man”

Por Ivana Andrade
Fotos Divulgação

Uma viagem astral pelo universo lúdico do metalglass. Essa é a sensação de quem se depara com as obras do artista plástico Célio Olímpio, que apresentou ao mundo a técnica de metalização que “dá vida” ao vidro cru por meio da sinergia das tonalidades raras, do brilho dos minerais ouro e prata e das chamas do fogo que criam formas geométricas magníficas e inusitadas. Entre tem­poradas pelo Brasil e pela Europa, onde vive há anos em Portugal, está em constante processo de criação.

Há um ano e meio no país de origem, Célio se dedica à realização de novos projetos em metalglass. Um dos grandes feitos para 2023 será a instalação de um fundo de piscina de 260 metros quadrados, em Ame­ricana (SP), cuja propriedade pertence à família de famosos.

Durante uma de suas passagens pelo Norte de Minas, região pela qual tem um carinho especial por ter nascido em Montalvânia e passado a maior parte de sua vida em Januária, o artista plástico teve como mis­são a realização de trabalhos filantrópicos com foco em humanização. Em Montes Claros, fez a instalação de um painel com tonalidade verme­lha em uma clínica psiquiátrica. “Recebi o feedback de que a minha obra está contribuindo no tratamento dos pacientes que ficam tranquilos e em transe ao olhar para o painel. Saber que estou proporcionando isso para as pessoas não tem preço”, afirma.

Também em Montes Claros, o artista fez um trabalho filantrópico vol­tado para a área da saúde. Trata-se de um painel de seis metros quadra­dos que foi fixado no setor de oncologia da Santa Casa. Com tonalidades verdes, a peça foi intitulada “Odisseia irmã Malvina – painel esperança de vida”. Para Célio Olímpio não há nada melhor que ser reconhecido em sua própria terra.

Em meio ao reconhecimento mundial pelo trabalho diferenciado e 100% artesanal com o vidro – que foge dos padrões convencionais, como o laqueado, o fumê e o jateado -, o artista mantém a simplicidade e ressalta que preserva as suas raízes. “Sou uma pessoa simples, sem vaidade. Sou comedor de pequi com carne de sol. Esporadicamente vou à Januária, onde tenho trabalhos que são valorizados. É prazeroso ser reconhecido”.

 

Criação

Com inspiração nas estrelas, Célio Olímpio reproduz as galáxias em suas obras que ganham um brilho especial em função da mistura dos pigmentos de ouro e prata que vêm diretamente da África. Os trabalhos são classificados em odisseia, quando se utiliza apenas uma cor ou ne­bulosas, quando são usadas mais de duas cores e que se transformam em até dez. “Cada trabalho é único. Nenhum fica igual a outro. Quando eu faço nebulosas é uma explosão de estrelas com tonalidades diferen­tes e uma diversidade de formas”, explica.

E foi, exatamente, uma odisseia, baseada na constelação de Orion, que virou estampa e ganhou holofotes na coleção do estilista Victor Dzenk, que veste celebridades, e foi apresentada durante desfile no Mi­nas Trend em Belo Horizonte. Outra odisseia famosa, que nasceu das mãos habilidosas de Célio Olímpio, foi a de um painel para lavabo que foi instalado na casa da atriz hollywoodiana Whoopi Goldberg.

Antes de iniciar a execução de cada peça, Célio manifesta a sua fé, se conecta com Deus e pede a ele proteção para que não haja incidente durante a manipulação das chamas e que a obra seja magnifica. Emo­cionado, quando fala sobre esse assunto, o artista diz que o processo de criação é um show pirotécnico à parte. “O fogo, elemento fantástico, cheio de magia e beleza, é quem dá forma nas obras. E eu sou o con­dutor dele. Mas, é preciso cuidados ao conduzi-lo, pois ele também é traiçoeiro”, afirma.

Já com previsão de volta para Portugal, provavelmente em julho ou agosto, Célio diz que terá muito trabalho na Europa. Ele adiantou que deve participar de um projeto na França, onde fará um painel de 2.400 metros e vitrais em metalglass para abóboda, fachada e hall de entrada de um empreendimento.

Foi em 2006 que Célio adentrou no mundo das artes vitrais em Barcelona, na Espanha. Ele teve o primeiro contato com o metalglass através do artista plástico italiano Di Prietto, que lhe passou a base da técnica e que, mais tarde, foi aperfeiçoada por ele. “Ele usava somente pigmento de ouro. E eu fiz a fusão do pigmento da prata e do ouro. E quando esse material entra em combustão dá uma explosão de cores fantásticas”

Apelidado por muitos como “Fire Man”, “Pai do metalglass” e “Alqui­mista”, o artista plástico renovou o conceito de arte em vidros, haja vista que a “Art Nouveau”, estilo francês que era o auge na Europa de 1890 a 1910 passou por um momento de estagnação. As obras de Célio Olím­pio estão presentes em países como Portugal, Itália, Espanha, França, Suécia e Estados Unidos.

 

11 94849 6555 @celioolimpio_oficial
Facebook: Célio Olimpio Glass Design

VivaOnline

Matérias Relacionadas