Cia. dos Aflitos

Edição 01 05/08/2011 ARTE E CULTURA

Em poucos atos, a revelação das mais íntimas vontades de se expressar e modificar a forma de ver e se comunicar com os próprios desejos de forma infinita.

Tendo todos os sentimentos remoendo dentro de cada um, mas sem saber o nome para defini-los em poucas palavras, eis que surge em meio aos livros do ator Lucas Pradino uma obra sem o nome do autor, porém com uma história um tanto quanto curiosa. Na imagem, uma nau, e dentro dela vários tripulantes cada um com certa peculiaridade em suas vestimentas e comportamentos. A história dizia que aquela era a nau dos desesperados, e ela era a quarta nau.

A primeira levava direto para o céu, a segunda para o inferno, a terceira para o purgatório, a quarta por sua vez não levava a lugar nenhum, pois nela embarcavam aqueles que sua aflição falava mais alto do que o seu próprio destino. Ficando assim impossível determinar um caminho certo para eles.

Com isso todos os tripulantes ficariam fadados a vagar de porto em porto se apresentando para seus habitantes até que um dia essa aflição viesse a ter um nome ou um rumo. Inspirados nesta história e a partir dessa vontade de deixar aflorar todas as aflições que viviam entranhadas no interior de cada um dos atores nascia a Cia Dos aflitos.

Formados em escolas de grande relevância no meio teatral os atores Ana Reis, Fernanda Lopes, Idylla Silmarovi, Lucas Pradino e Sammer Lemos, definem a formação do Cia dos Aflitos como sendo mais que um trabalho, uma conquista! O grupo já conquistou sonhos que para muitos que estão há mais tempo nos palcos não aconteceram. Um deles é trabalhar com o conceituado diretor Lenine Martins. “Desde o início tínhamos o desejo de trabalhar com o Lenine. Todos nós o admiramos e respeitamos pela sua forma de pesquisar e trabalhar” afirma Lucas Pradino.

Outro sonho também já realizado é a montagem de um espetáculo feito pelos próprios atores, a peça “Pessoas ou coisas podem mudar o mundo... mas hoje nada aconteceu.” A criação do espetáculo demandou seis meses de pesquisa. O espetáculo se caracteriza por ter uma dramaturgia semi-aberta e proporcionar uma infinidade de leituras. Cada espectador assistirá a um espetáculo completamente diferente: o lugar que escolher para sentar, a carta que escrever o pedaço do vaso que pegar, modificará sua visão sobre a peça.

Trajetória do Espetáculo

ed_01_pag_37_1 O espetáculo “Pessoas ou coisas podem mudar o mundo... mas hoje nada aconteceu” teve sua estréia no dia 21 de Julho de 2010, na cidade de Conselheiro Lafaiete- MG, pela programação do XI FACE- Festival de Artes Cênicas. Nesse festival, Cia foi premiada como: Melhor Espetáculo e Melhor Atriz (Ana Reis) ambos os prêmios na categoria espaço alternativo. E ainda recebeu indicações para Direção e Trilha sonora.

Em agosto, ainda de 2010, o grupo se apresentou no 2º PROFESTeatro na cidade de Congonhas- MG, e lá recebeu os prêmios de: Melhor Atriz, Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Atriz Coadjuvante e ainda as indicações para: Melhor Espetáculo, Melhor Dramaturgia, Melhor Direção, Melhor Ator , Melhor Trilha Sonora, Melhor Iluminação e Melhor Cenário.

Em novembro , do mesmo ano, no 6º FENTA em Governador Valadares, o grupo recebeu os prêmios de Melhor Ator Coadjuvante e Melhor Figurino. Recebe , ainda, indicações para: Melhor Espetáculo, Melhor Atriz, Melhor Atriz Coadjuvante, Melhor Ator, Melhor Direção, Melhor Dramaturgia, Melhor Trilha Sonora e Melhor Maquiagem.

Ainda em novembro de 2010 participa do 1º Lupa- Luz, palco e ação- em São José do Rio Preto- SP. Recebe os prêmios: Melhor Espetáculo, Melhor Direção, Melhor Atriz, Melhor Trilha Sonora, Prêmio especial do Júri pela Pesquisa Corporal. Além de indicações para: Melhor Dramaturgia, Melhor Ator, Melhor Ator Coadjuvante.

Em 2011 o grupo se apresentou em Belo Horizonte no espaço Esquyna - Espaço coletivo teatral e também no 1º FESTIM - Festival Nacional de Timóteo – MG e não é de se estranhar, mais uma vez a Cia recebe os prêmios de Melhor Espetáculo, Melhor Atriz, Melhor Ator. Além de indicações para Melhor Direção, Melhor Figurino, Melhor Cenário, Melhor Atriz Coadjuvante e Melhor Ator Coadjuvante .

Enfim, bagagem o grupo tem de sobras. Em janeiro deste ano iniciou-se o processo do segundo espetáculo, que tem a estréia prevista para setembro deste ano e conta com a Direção de Lenine Martins.