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Pouca idade e muita responsabilidade

Edição 04 31/03/2012 MERCADO

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Jovens que ocupam cargos de chefia são uma realidade cada vez mais frequente nas empresas


Aos 24 anos, Renard Campolina já assume uma posição de destaque na empresa onde trabalha: ele é coordenador de jornalismo. Com pouca idade e pouco tempo de empresa, o jovem conquistou a confiança dos seus superiores e se destacou na sua área. Atualmente, Renard coordena uma equipe de quase dez jornalistas, alguns com mais tempo de empresa do que ele.

“Fui convidado a trabalhar na Jcheby, porque eles se interessaram por um perfil que eu alimentava no Twitter sobre Trend Topics (temas mais debatidos em um determinado momento). O cargo proposto era analista de mídias sociais. Dois meses depois, surgiu uma vaga de jornalista para trabalhar no desenvolvimento e na produção de um site. Então, eu pedi para passar para a equipe de jornalismo. A implantação do site foi um sucesso e logo eles precisaram de alguém para editar e coordenar o portal. E eu fui convidado”, recorda Renard a sua trajetória até o atual cargo.

Um levantamento feito pela Page Personnel, empresa reconhecida internacionalmente pela gestão de recrutamentos, aponta que 60% dos 200 jovens entrevistados se sentem preparados para assumir um cargo de chefia. As principais justificativas foram o perfil de liderança, o bom relacionamento interpessoal, a experiência na área e a formação acadêmica. Isso porque a chamada “Geração Y” se mostra mais aberta às novas tecnologias e às tendências de mercado, o que faz com que as empresas abram cada vez mais as suas portas para esse novo nicho de profissionais.

Apesar de não possuir outros cursos ou especializações, além da graduação, o jovem jornalista acredita que o empenho e a dedicação ao longo da sua formação foram um grande diferencial para o sucesso que vem conquistando na profissão. “É tudo uma questão de você crescer pelo seu trabalho. Sou pontual e busco cumprir as tarefas que me passam dentro do prazo e da melhor forma possível. Desde quando entrei na empresa, eu participo com idéias. Nunca tive medo de arriscar”, ressalta o jovem.

Perfil empreendedor

Desde 2005, quando tinha apenas 27 anos, Luiz Fábio Lopes “colhe os frutos” de uma boa formação profissional. Na época, o jovem assumiu o cargo de Gerente Contábil em uma concessionária de veículos, em Belo Horizonte. Hoje, aos 34 anos, o contador é Coordenador Contábil em uma empresa de construção pesada do grupo EBX, do famoso empresário Eike Batista, no estado do Rio de Janeiro.

Segundo Luiz Lopes, a determinação, a pontualidade e a responsabilidade na realização das tarefas foram fundamentais para que ele se destacasse no mercado e assumisse um cargo de chefia. Ter disponibilidade para desafios em outros estados ou até mesmo fora do país e saber fazer um bom marketing pessoal também são apontados pelo contador como características determinantes para uma boa colocação profissional. “Não basta ser bom de serviço, têm que fazer os outros perceberem o quanto você realmente é bom no que faz”, afirma ele.

Além das características de um bom empreendedor, o Coordenador Contábil busca se qualificar continuamente. “Como bom contador, tento me manter sempre atualizado com as mudanças em nossa legislação "mutante". Acompanho notícias pela internet, participo de cursos virtuais, seminários e palestras”, destaca ele. Especialização, cursos de idiomas, conhecimentos em novos programas de informática e atuação no exterior também complementam o currículo do jovem chefe.

Para a coordenadora de Desenvolvimento Humano da Faculdade IBS/FGV, Jacqueline Rezende, casos como o de Renard e Luiz são cada vez mais comuns, principalmente, por que os jovens sabem que além do conhecimento técnico, é preciso ter liderança e oratória. “Os jovens querem um futuro de carreira na empresa, por isso, eles vão desenvolver suas competências de acordo com as necessidades da instituição. É uma geração que quer fugir da rotina, que tem uma postura mais estratégica e mais dinâmica”, diz ela. Assim, eles conseguem assumir com mais facilidade os cargos de chefia.

Sem conflitos

Já a algum tempo, encontrar pessoas mais jovens chefiando equipes é uma realidade, principalmente em empresas de vanguarda, com ambientes mais informais e baseadas em inovação e criatividade. No entanto, a diversidade de gerações na instituição pode ser sinônima de conflitos, se mal administrada.

Quando virou coordenador, Renard tinha apenas 23 anos de idade e menos de um ano de empresa. Segundo ele, a parte mais difícil foi ter pessoas mais velhas do que ele para chefiar. “No começo, as pessoas tiveram um pouco de resistência, mas eu consegui mostrar que eu não estava lá para mandar, mas para trabalhar. Assim fui conquistando a confiança e o respeito das pessoas. Fui contornando as diferenças”, completa o jovem.

Luiz Lopes também enfrentou algumas resistências por parte dos funcionários que tinham mais idade do que ele e teve que mostrar que as mudanças propostas eram positivas e iriam economizar tempo e recursos para a empresa como um todo. “Geralmente, as pessoas argumentavam que o trabalho sempre foi feito daquela forma e não viam motivo para que eu, um jovem recém chegado à empresa, tentasse mudar a sistemática. Não foi fácil superar este desafio. Mas, com muita conversa e sempre demonstrando as vantagens da mudança e, em situações extremas, usando do poder da hierarquia, consegui implementar as novas tarefas e o trabalho fluiu bem melhor para todos”, ressalta Luiz.

A coordenadora de Desenvolvimento Humano acredita que a ferramenta mais eficiente para evitar os conflitos são os treinamentos focando o entrosamento dos profissionais. “Os jovens não devem ser vistos como uma ameaça. Pelo contrário, os profissionais mais experientes devem buscar aprender com eles e vice-versa. A troca de conhecimentos deve ser constante”, pondera. Jaqueline afirma ainda, que há espaços para todos dentro das instituições, e neste sentido, os profissionais mais experientes devem se mostrar tão preparados quanto os jovens talentos, procurando se reciclar e se preparar continuamente para receber as novidades do mercado.

Como chegar lá?   

Perfil de liderança, capacidade de inovação, criatividade, visão de futuro e técnicas de negociação. Essa não é a fórmula para o sucesso, mas algumas habilidades e competências que, segundo Jacqueline Rezende, podem ser trabalhadas pelos jovens para alcançar um futuro promissor na carreira. “É fundamental que os jovens consigam desenvolver e formalizar ideias visando gerar resultados e lucros para a empresa. É importante ainda que eles saibam gerir pessoas, pois lidar com as questões interpessoais é um dos principais desafios enfrentados, hoje, pelas empresas”, comenta a coordenadora.

Outra opção são os programas de trainess, no qual as empresas objetivam formar profissionais para assumir áreas chave na organização. Em geral, pessoas com ótimas perspectivas profissionais, capacidade de liderar, gerar resultados e com potencial para cargos de gerência. “A grande rotatividade de funcionários acaba sendo prejudicial para a empresa, uma vez que há a troca do capital intelectual, e a empresa acaba perdendo a sua referência e identidade. Por isso, as instituições investem cada vez mais em programas de treinamentos e buscam incentivar os planos de carreira, para que esses profissionais tenham motivação de permanecerem por mais tempo na empresa”, destaca Jacqueline.

Segundo a coordenadora, 2012 vai ser o ano dos processos de trainees, no Brasil. “Mais de 500 projetos só na região sudeste, com salários acima da média do mercado prometem atrair a atenção e o interesse dos jovens”, afirma Jacqueline. Isso porque há uma deficiência muito grande de profissionais qualificados dentro das organizações. Além disso, há a necessidade de renovar a mão de obra para suprir a demanda dos eventos esportivos, que serão realizados, no Brasil, em 2014 e 2016. Ou seja, os jovens terão boas oportunidades de inserção no mercado de trabalho neste ano. Basta estarem preparados para poder aproveitar as oportunidades.

Por Fabiana Senna | Fotos: Divulgação

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