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Por um espaço Gay Friendly

Edição 05 14/09/2012 MERCADO

 

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Por um espaço Gay Friendly

Por Fabiana Senna
Fotos: Divulgação

A Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) aguarda boa parte dos turistas que circularão pelo país, na Copa do Mundo de 2014 e nas Olimpíadas de 2016. Para isso, tem contemplado em seu planejamento ações de melhoria do trânsito, dos serviços e da infraestrutura. Parte desses investimentos têm se voltado ao turismo de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT), com ações que visam à capacitação para a melhoria no atendimento e na prestação de serviços aos homossexuais.

No último dia 31 de maio, o Centro de Referência pelos Direitos Humanos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (CRLGBT), da Prefeitura de Belo Horizonte, lançou o Guia pelos Direitos Humanos e Cidadania LGBT, com o objetivo de orientar a mídia, o agente público e a sociedade sobre a identidade de gênero e as ações do movimento LGBT na capital mineira. “Não estamos preparados para receber o público LGBT em grandes eventos. Muita coisa ainda precisa ser feita. A começar pela capacitação de pessoas que trabalham em serviços relacionados ao turismo, tais como hotéis, restaurantes, rodoviária, aeroportos, segurança, entre outros”, destaca o coordenador do CRLGBT, Carlos Magno.

Segundo ele, mais do que a infraestrutura das cidades, é preciso se atentar à informação que as pessoas possuem sobre o público LGBT. “Um travesti, por exemplo, deve frequentar o banheiro feminino ou masculino. Deve ser chamado pelo seu nome social ou pelo nome do registro. Para que essas e muitas outras questões sejam avaliadas com respeito é preciso que as pessoas estejam bem informadas sobre as questões de cidadania e de direitos humanos do público LGBT. É preciso se entender a demanda, para depois agir”, ressalta.

ed05_pag33.jpgDa mesma forma que Carlos Magno, a gerente da Boate Gis Club e sócia do site Minas Um Luxo e do Selo Minas Friendly, Simone Santos, acredita que a RMBH não está preparada para receber o público LGBT em grandes eventos. “Existem muitos taxistas mal preparados. Eles desconhecem pontos turísticos e de entretenimento da cidade, principalmente no que se relaciona ao lazer voltado para os homossexuais. Os hotéis também não se atentaram ainda para as especificidades desse segmento. Já reservei, por exemplo, quarto de hotel para casal e, quando cheguei me deparei com duas camas de solteiro”, salienta Simone Santos.

Ações

Além da capacitação dos profissionais que atuam em áreas ligadas ao turismo, é preciso investir em ações para atrair os homossexuais às cidades. “Percebo uma desunião dos empresários. Para conquistar o turista LGBT, tem que se criar um calendário de eventos que englobe atrações culturais, esportivas e opções de pontos turísticos de cada cidade mineira”, orienta a gerente da Boate Gis Club.

Na capital mineira, a Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur) tem apoiado eventos (A Parada do Orgulho LGBT de Belô e a Semana BH Sem Homofobia) que contribuem para a potencialização do turismo homossexual na região. “A consolidação desses eventos contribui para a infraestrutura relacionada à recepção e ao atendimento de turistas LGBT na cidade. Redes hoteleiras, restaurantes, bares, casas de shows oferecem atrações diversas para o público gay. Isso incentiva os empresários a investirem no setor”, afirma Carlos Magno.

Essas ações, no entanto, são muito tímidas, o que faz com que a RMBH ainda fique longe de se tornar “Gay Friendly” (amiga dos gays). Espaços de convivência e de interação destinados ao público gay devem fazer parte do orçamento e do planejamento das cidades. Por outro lado, deve-se cuidar para que estes espaços não se transformem em guetos, segmentando a população e intensificando o preconceito.

Mercado Promissor

Dados da Organização Mundial de Turismo (OMT) mostram que dos 980 milhões de turistas que viajaram no ano passado, 10% consumiram produtos de lazer, pacotes e viagens dirigidos ao público homossexual. O Brasil participa de uma grande “fatia desse bolo”, pois o país está entre os dez maiores destinos de homossexuais no mundo. Segundo o Ministério do Turismo, o segmento de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros (LGBT) cresce 20% ao ano, no país. Em 2011, 5,3 milhões de turistas gays desembarcaram no Brasil.

Outro dado importante aponta o consumo desse segmento. Em média, gays e lésbicas gastam 100 dólares por dia, 30% a mais do que turistas heterossexuais. O Ministério do Turismo considera ainda que investir no público gay é estratégico, uma vez que ele viaja, preferencialmente, em períodos de baixa temporada, mantendo, assim, o equilíbrio do setor ao longo do ano.

Um lugar de direito

O CRLGBT iniciou suas atividades em 2010 e desde então, presta atendimento gratuito a vítimas de homofobia. Por meio de uma equipe multidisciplinar formada por psicólogo, advogado e assistente social, o Centro visa o resgate da autoestima e o empoderamento da comunidade gay. O CRLGBT atua em conjunto com vários segmentos do Estado: saúde, educação, segurança pública.

O CRLGBT mantém ainda uma interligação com organizações e grupos ligados ao segmento, como é o caso da Associação Lésbica de Minas (Alem) e o Centro de Luta pela Livre Orientação Sexual de Minas Gerais (Cellos-MG). Além disso, oferece qualificação e encaminha os interessados para vagas de emprego. O Centro trabalha agora na construção de um banco de dados, para mapear as principais necessidades e demandas do público LGBT.

 

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