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Onde estão os Nossos Craques?

Edição 01 05/08/2011 RAFAEL VICENTE

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Esta foi a pergunta de uma jornalista ao final de 2009. A profissional da imprensa esportiva, à época teria de votar para eleger o craque daquele ano, porém tinha dificuldade de enxergar algum jogador que chegasse pelo menos perto de nomes como Tostão, Maradona, Reinaldo, Rivelino, Zico, dentre outros que foram protagonistas de jogadas que até hoje, estão registradas em nossas memórias.

Digo nossas, referindo-me aos que têm mais de 40 anos. Tentei responder à indagação que intitula este texto, porém tive de concordar com ela. Estamos carentes de jogadores geniais. Existem apenas jogadores medianos, sem imaginação e muitas vezes, extremamente comuns. Mesmo Kaká e Cristiano Ronaldo, sinceramente, não os considero geniais. Lionel Messe está um pouco acima desses.

Neymar e Ganso terão de jogar mais para serem definidos como craques. Acho que a tendência no futebol brasileiro e também de outros países, é só piorar, pois estão tirando a magia e alegria do futebol já nas categorias mirins.

Assim como no juvenil e júnior, os treinadores dessas categorias citadas acima já são pressionados por resultados, o que lhes impedem de experimentar, dar liberdade e oportunidade aos garotos mais audaciosos (remanescentes da espécie craque), que obviamente são preteridos em função de outros pequenos atletas mais pragmáticos e previsíveis.

A bola está ficando quadrada. Os garotos são treinados roboticamente, e assim como numa linha de montagem industrial, são formatados ao gosto do cliente, que é o mercado internacional. Basta lembrarmos as campanhas de nossa Seleção principal na última Copa do Mundo e mais recentemente na Copa América... Realmente não empolgaram.

O futebol é inegavelmente um grande negócio, e não poderia ser diferente, pois gera lucros para indústria de material esportivo, mídias em geral e toda sorte de patrocinadores e anunciantes. O que não se pode perder é a sua essência, que é a arte e criatividade, pois caso contrário estaremos secando a fonte e matando um de nossos maiores tesouros.

É uma temerosidade o que se faz com o sonho dos garotos. Estão roubando a fantasia, tirando-lhes a confiança e jogando-os em uma arena, onde pais e outras pessoas ávidas por sua realização pessoal deixam cintilar em suas íris $. Há alguns pseudotorcedores que ‘esculhambam’ garotos que acabam até mesmo desistindo.

É claro que o futebol é jogado coletivamente, por isso mesmo é importante ensinar aos meninos os fundamentos, a troca de passes e o trabalho em grupo, mas sem limitar ou inibir a magia do drible ou a coragem de arriscar.

É evidente que o futebol não é uma ciência exata como a matemática. Ele é subjetivo, inexato e imprevisível. Então, na ânsia de lapidar este diamante não podemos tirar-lhe o brilho do inusitado.

Acho que a receita é: mais liberdade e menos cobrança para treinadores de base, para que possam deixar os novos talentos se revelarem para essa platéia ávida pela arte do futebol. Caso queira ver algum sobrevivente da espécie “craque”, vá assistir a uma pelada, em um campinho de terra qualquer, dentro de uma vila. Talvez ali você irá encontrá-lo.


Rafael Vicente
Empresário da área de comunicação
rafaelvicenteferreira@gmail.com

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