• Grande BH, 21 de Janeiro de 2018
  • 09:21h
  • Siga:

Página PrincipalA Revista Colunas RAFAEL VICENTE O gato e o novelo de lã

O gato e o novelo de lã

Edição 03 05/12/2011 RAFAEL VICENTE

ed_03_pag_64


Outro dia, numa tarde de domingo, entrei em um bar, desses que ficam próximos a um ‘campo de várzea’, de um bairro de periferia. No ‘terrão’ duas agremiações decidiam o Campeonato da Liga local.

Sentei-me e pedi uma cerveja, apreciando cada gole daquela ‘gelada’, fiquei a observar uma estante, que ficava acima de velhas garrafas de cachaça empoeiradas, que acho, nunca foram tocadas depois de colocadas ali.

Aquela estante acumulava muitos troféus, também bastante empoeirados. Indaguei ao dono do bar sobre o que representava algumas daquelas peças, em sua maioria de lata banhadas em bronze.

Surpreendentemente ele não me soube responder e buscou ajuda de alguns fregueses mais antigos, que também não souberam dizer qual seria o campeonato, festival ou torneio que justificou pelo menos um daqueles troféus.

Pedi um ‘tira-gosto’, e enquanto enchia novamente o copo pensei... quanto suor, quanta lama ou poeira, ofensas, gritos e lágrimas ou quem sabe, quanta alegria, abraços e festa estariam relacionados àqueles símbolos anônimos, amontoados e tomados pela poeira e teias de aranha ali, em uma prateleira de bar?

Você deve estar se perguntando: – onde este ‘viajante’ cronista pretende chegar? Ainda não sei. O certo é que esse acontecimento do bar me intrigou e me fez refletir que às vezes travamos lutas e batalhas homéricas por quase nada ou nada mesmo!

Ora, uma partida de futebol, seja ela na várzea ou em um belo estádio aqui no Brasil, assim como um campeonato de arremesso em cestas de basquete no Brooklin ou em um jogo da NBA, lá nos EUA, são na verdade o pretexto para externarmos vários de nossos sentimentos. Seja como atleta ou torcedor.

Na verdade, escolhemos símbolos (camisas e escudos de clubes, troféus e medalhas) para dar algum colorido ou dinâmica ao nosso cotidiano. Assim como o gato que elege um novelo de lã de algodão, como seu algoz e adversário, jogando-o na parede, saltando sobre ele, prendendo-o em suas garras e jogando-o novamente na parede. Entretenimento... É o que significava aquele novelo, naquela entediante vida felina. Só que agora está destrinchado.

Inegavelmente, o esporte é um importante elemento de socialização, cultura e integração. Deve ser estimulado e exaltado, porém, nunca poderemos esquecer que é apenas mais um entretenimento, para preencher nossas vidas. E talvez também, não devêssemos fazer como o gato que destrinchou o novelo. Afinal com quem ou com quê vamos nos entreter amanhã.

— E os troféus?

Bom, quando tomava meu último copo de cerveja, eles, os troféus, já não tinham mais tanta importância assim. Afinal naquele domingo, tínhamos um novo campeão a ostentar mais um símbolo de sua conquista.

Sugestões:
Vejam no YouTube - “O gato e novelo - Part 1”.
Me lembrou muito o Neymar.
Assistam o DVD do filme “Meu Nome é Rádio”, com Cuba Gooding Jr. e direção de Michael Tollin 2003 (EUA).

Rafael Vicente
Empresário da área de comunicação
rafaelvicenteferreira@gmail.com

*Ilustração: Carlos Hique

Voltar para Colunas

  • Compartilhar:

Última Edição

Edição 14

Maio de 2017

Confira

Colunistas

SARAH PARDINI

Feminilidade

OHARA RAAD

Beleza e Estética

ALAIZE REIS

Engenharia Civil

RONAN GOMES

Língua Portuguesa

LINDOMAR GOMES

Direitos e Cidadania

Viva Grande BH

Rua Getúlio Vargas, 33 Bairro JK - Contagem, MG CEP 32.310-150

Contato

  • Redação: 31 2567.3756
  • Comercial: 31 2564.3755 | 3356.3865

Siga:

Assine nossa Newsletter:

(c) 2009-2010 Todos os direitos reservados. Confira nossas políticas de privacidade.

,