Mais mulheres no poder, faz a diferença!

Edição 11 27/06/2014 GLÁUCIA HELENA

Você já procurou saber que diferença faz uma mulher governando, legislando, administrando o cotidiano? Vamos então colocar algumas situações para nos fazer refletir.

Os programas sociais do Governo Federal, como Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida tem a priorização da titularidade destes para as mulheres. Já se perguntaram por quê? Já se perguntaram por que a mulher é quem define o que vai comprar no supermercado, trocar os móveis da casa, fazer o orçamento e como gastar? No âmago está a capacidade das mulheres de fazerem melhor gestão dos recursos e bens que lhes são responsabilizados.

As mulheres que são detentoras dos recursos de programas federais os recebem com priorização, devido sua capacidade de pensar coletivamente, isto é, o bem e o recurso adquirido são investidos na família desta, em todas as pessoas que a compõe. Fora observado que os homens quando os recebem dispõe mais fácil dos bens para pagamento de dívidas e jogos. Portanto, o principal do recurso que é dar melhores condições à família, cai por terra. Isto se chama Gestão do Cotidiano.

Como as mulheres foram, por muito tempo na história, ensinadas a cuidar do espaço privado, ganhou expertise nesta gestão. O mais interessante é que, se na história tentaram nos privar do público, por entenderem que não tínhamos capacidades para gestão, provamos exatamente o inverso. Pois cuidar do cotidiano nos deu muito mais condições de conciliar, observar detalhes e firmar prioridades de acordo com os recursos que possuímos. Isto ficou na cultura. Não que os homens não possam fazer o mesmo, e esta é nossa luta, que também absorvam a capacidade de gestar o cotidiano. Vai fazer diferença na gestão do público.

Gestamos o cotidiano, nos tornamos melhores gestoras públicas. Pois é neste lugar que nossas potencialidades são enxergadas de forma mais macro. A capacidade de negociar, sem perder a ternura, e mantendo a firmeza. A categoria de dizer dos detalhes e entender as demandas que absorvem o dia a dia de quem o faz de perto, como a necessidade de mais escolas para as crianças e jovens, de investimentos em qualidade da formação das pessoas, o aproveitamento dos espaços de convívio social, a iluminação de espaços públicos como forma de diminuir assaltos, estupros e violências. Políticas importantes que estão no cotidiano que as mulheres vêm enxergando com mais profundidade e consequentemente, agindo com mais agilidade na implementação dos planos e projetos que absorvam estas demandas.

Entendendo a política como a arte de negociar para o bem comum, estamos falando do lugar onde as mulheres necessariamente devem estar.

Assim, é de fundamental importância que neste momento de reflexões e eleições pelas quais vamos passar, possamos repensar o nosso voto, a nossa intervenção, na busca de uma sociedade melhor de viver e conviver. Neste lugar, não podem ficar de fora as mulheres. E neste contexto, eleger mais mulheres para os espaços de poder é uma missão de quem busca construir uma sociedade que permita uma visão mais cotidiana dos problemas e alimente soluções cada vez mais macros para solucioná-los.

Quem já enxerga esta importância das mulheres na gestão, seja pública ou privada, fomenta o sonho de uma sociedade mais igual, onde estaremos dividindo espaço com os homens, para somar nossas competências e fazer mais e melhor para mudar o nosso universo de ação.

Por isto, mais mulheres no poder não é só um lema, é um compromisso de quem quer colocar novo olhar para a solução de problemas que se estruturam no cotidiano local. E ai, as mulheres fazem sim a diferença!

Gláucia Helena

Professora de História

Consultora de Políticas de Igualdade de Gênero e Políticas de Proteção Social.

glauciahelena2012@gmail.com