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Machismo mata, humilha e maltrata!

Edição 10 31/03/2014 GLÁUCIA HELENA

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Diante de relatos de mulheres reais, em minha cidade, no mês de março, mês da mulher, dois episódios de machismos me chocaram.

Uma professora que no seu dia de folga, tomando sua cervejinha em um bar da cidade, com amigas e um amigo, roupas despojadas de um final de semana fora desrespeitada afrontosamente por dois policiais, de folga, que estavam no mesmo bar.

Chamando-a de “gostosa, peitinho durinho, do jeitinho que ele gostava”, repetidas vezes se dirigiu a ela como se a mesma não estivesse se incomodando com isso. Diante dessa situação desrespeitosa, a professora foi tirar satisfações com os dois policiais, exigindo do mesmo o respeito devido.

O amigo que estava acompanhando-a, juntamente com as outras amigas, foi com a mesma até à mesa dos policiais, e ao questionar a ação dos dois fora covardemente agredido.

Fizeram um BO na delegacia de plantão, na expectativa de que o caso fosse relatado como crime de machismo. Na delegacia de mulheres da cidade, a fala estarrecedora, a delegada afirmava à professora que não tinha como enquadrar o caso em violência contra à mulher devido esta não ter sido cometida pelo companheiro ou namorado da mesma. Portanto, que machismo não é crime. E o pior, a delegacia deixa de atender uma demanda de violência contra a mulher, por esta não ter sido cometida por um homem da sua intimidade.

Então, sendo assim, qualquer homem que agredir uma mulher, e não for de sua intimidade, não tem punição para isto? Quer dizer então que a cultura machista que moveu aqueles policiais a desrespeitar aquela mulher, em seu dia de folga, por entender que como homens eles podem assediar a mulher que bem entenderem, isto não se criminaliza?

Outro caso aconteceu dentro da categoria da Educação. Numa assembleia de categoria, uma das professoras que se propôs candidata à votação para um Conselho de Controle de Orçamento Público, depois de não ter sido a escolhida pela categoria, teve que ouvir dos colegas, homens, que era melhor ela não ter sido eleita, pois do jeito insinuante que se vestia ia atrapalhar e tirar a atenção das negociações com os participantes do governo neste Conselho. Como assim? Ela vestia uma roupa justa, que lhe moldava o belo corpo que tem. E este argumento vem para então sustentar que, as mulheres são as que provocam os homens, então eles têm o direito de mexer, assobiar, provocar, e até mesmo atacar, pois se está com roupa justa é porque se oferece para eles? É assim que o machismo se apresenta, até mesmo na categoria da educação, pois o machismo está na construção dos sujeitos, na construção social.

Fica então a indignação e o pedido, para que neste ano, em que passaremos por processo de escolha de representantes políticos na esfera estadual e federal, possamos contar com mais mulheres comprometidas a romper com o machismo que impregna as ações cotidianas e que as eleitas e os eleitos busquem viabilizar projetos e leis que possam, de uma vez por todas, criminalizar o machismo, que mata, humilha e maltrata as mulheres todos os dias em nossa sociedade.

Gláucia Helena

Professora de História
Consultora de Políticas de Igualdade de Gênero e Políticas de Proteção Social.
glauciahelena2012@gmail.com

 

 

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