Los Carpinteros

Edição 14 11/05/2017 ARTE E CULTURA

Desconstrução de artes especializadas em construir.

Poucas pessoas discordarão do fato de que designers, arquitetos e engenheiros baseiam seus trabalhos essencialmente na construção de coisas. Seja um prédio, um carro, um jardim ou mesmo uma lagoa, as três profissões dão sua contribuição para que as coisas surjam.  O que aconteceria, então, se, em vez de construir, projetar ou desenhar, alguém se propusesse a fazer o caminho inverso e começasse a descontruir os objetos? Essa foi a proposta do coletivo artístico Los Carpinteros, de Havana, que trouxeram sua última exposição, Objeto Vital, a BH nos meses de fevereiro e março.

A mostra, que segue agora para o Rio de Janeiro, tem como argumento  principal a crítica sagaz e bem humorada da utilidade das coisas.Ao todo, são mais de 70 obras: desenhos, aquarelas, esculturas, instalações, vídeos e obras site specific. O público pôde acompanhar todas as fases da história do coletivo, desde a década de 1990, quando surgiram, até obras inéditas, feitas especialmente para a exposição no Brasil, a partir de ideias e desenhos anteriores. 

Segundo o curador Rodolfo de Athayde, da Arte A Produções, “o objeto será o protagonista desta exposição, forçado a uma constantemetamorfose pela ideia artística: imaginado em desenhos, projetado e testadonas maquetes tridimensionais ou alcançando sua vitalidade máxima como utopia realizada nas grandes instalações”.

Fundado em 1992, o coletivo reunia Marco Castillo, Alexandre Arrechea e Dagoberto Rodriguez. O nome foi atribuído aos artistas por alguns de seus colegas, em virtude da empatia com o material trabalhado e com o ofício que foi resgatado como estratégia estética.Em 2003, Alexandre Arrechea deixou o grupo e Marco e Dagoberto deram continuidade ao trabalho. Na abertura da exposição brasileira, a convite dos amigos Marco e Dagoberto, Alexandre Arrechea e outras personalidades que marcaram a carreira do coletivo também estiveram presentes.