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“Bom Senso Futebol Clube”…não caberiam também respeito e ética no futebol?

Edição 09 27/12/2013 RAFAEL VICENTE

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“Bom Senso Futebol Clube”…não caberiam também respeito e ética no futebol?

 

Às vésperas do Clube Atlético Mineiro disputar o título mais importante de sua história e após toda uma preparação ao longo de cinco meses, incluindo um trabalho intenso da diretoria atleticana no sentido de oferecer as melhores condições para a comissão técnica e jogadores; Diretoria essa, que logrou êxito inédito em uma luta jurídica junto a FIFA para inscrever um jogador (Fernandinho) e que não mediu esforços para oferecer os melhores profissionais da medicina convencional e alternativa, para tratar uma lesão de Ronaldinho Gaúcho em tempo recorde; toda uma mobilização da torcida alvinegra para apoiar o time, seja aqui ou em Marrocos (viajaram mais de 10.000 atleticanos para lá); então uma surpreendente notícia chegou à torcida e jogadores: nosso maior adversário não seria o Bayern de Monique e, antes que você se apresse em dizer, também não seria o Monterrey de México, tampouco o Raja Casablanca. Seria sim, o nosso líder e comandante, o treinador Cuca.

 

Tentarei explicar minha tese.

 

Dias antes do primeiro jogo, ele comunicou à todos que após o Mundial Interclubes já não mais seria o treinador do Galo, pois recebera uma proposta irrecusável para dirigir um time chinês. Falava-se em $1,5 milhão de dólares mensais.

 

Veio a estreia e o vexame do alvinegro mineiro. O que se viu em campo foi um grupo desagregado de jogadores que pareciam nunca terem jogado juntos. Fundamentos básicos táticos não eram obedecidos: os dois laterais apoiando ao mesmo tempo, deixando duas ‘avenidas’ abertas para contra-ataques, que sempre encontravam dois solitários zagueiros, que também não se entendiam. Os volantes perdidos, não sabiam se cobriam os laterais ou se esperavam a tal 2ª bola, que sempre acabava nos pés dos marroquinos, o que era um terror para os nossos defensores. Victor, nosso goleiro, fez o que pode, e também parece que a nossa cota de milagres já havia se esgotado na Libertadores. Mas, milagre e sorte, talvez sejam componentes inerentes a situações onde prevalecem a união, força e luta de um grupo, centrado no mesmo objetivo. É uma comunhão, como a que se viu várias vezes no Horto e principalmente na final no Mineirão contra o Olímpia, onde uma energia quase tangível parecia emanar de todos, criando assim uma aura que nos protegia até o fim.

 

Pois é, no Mundial foi tudo diferente, inclusive o resultado. Faltou o elemento principal: união.

 

Depois da tragédia, indagado sobre se a divulgação de sua ida para China não teria influenciado o grupo negativamente, o treinador com sua camisa que estampava Nossa Senhora Aparecida, dizia que não. Pois todos eram profissionais experientes.

 

Entendo que um grande time, não só no futebol, mas em qualquer área profissional, começa por um grande líder. Aquele que agrupa, concilia interesses, egos e vaidades múltiplas, apara as arestas e com isso mantém o comando e a consequente confiança de todos. Foi assim Cuca na Libertadores e nos Campeonatos Brasileiros de 2012 e 2013.

 

Será que o ceticismo invadiu a sua fé? O que poderia ter corroído a sua confiança, e não o deixou enxergar que estaria próximo de entrar definitivamente para a história do futebol mundial?

 

Para mim, um paradoxo, quando ele afirmou não ter tido influência no mal resultado com sua declaração infeliz e desastrosa – assim entendo –, é como se ele negasse o seu próprio trabalho e importância ao longo desses últimos 2 anos. Ele também ignorou que no futebol não se ganha apenas com o físico e a técnica... a mente é decisiva.

 

Indaguei a alguns amigos e torcedores: — não seria mais ético ele, Cuca, concretizar ou começar a negociação com os chineses, após o Mundial? Acho que seria uma atitude de respeito ao clube que lhe deu tudo o que pediu: jogadores, comissão técnica, salários bastante razoáveis e uma torcida maravilhosa que ajudou demais este novo milionário a levantar o seu primeiro título de importância nacional, ou melhor internacional.

 

Para minha surpresa, muitos dos indagados (inclusive atleticanos), acharam que ele fez a coisa certa. Pois não deveria esperar uma semana, afinal os chineses poderiam declinar do negócio, dependendo do resultado no Mundial.

 

É, realmente devo estar errado. Afinal respeito e ética parecem não combinar com o senso comum, mesmo quando as cifras surreais do futebol atravessaram e bateram de frente com as da melodia do hino atleticano. Poucos se indignaram, afinal business is business. E esse era da China.

 

Cuca, nunca será esquecido pelo que fez de bom no alvinegro mineiro. Porém, ele nunca poderia ter esquecido a expressão: “Eu acredito”!

 

Continuarei acreditando sempre... A torcida do Galo também. Pois fomos e seremos os únicos amadores nesse grande negócio chamado futebol.

 

Seja bem vindo Paulo Autuori e honre o nome do Galo no cenário esportivo mundial em 2014.

 

Rafael Vicente

Empresário da área de comunicação

rafaelvicenteferreira@gmail.com

 

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