• Grande BH, 21 de Janeiro de 2018
  • 09:17h
  • Siga:

Página PrincipalA Revista Colunas ALAIZE REIS Grade curricular X Atribuições dos Engenheiros Civis Porque são tão importantes

Grade curricular X Atribuições dos Engenheiros Civis Porque são tão importantes

Edição 13 27/12/2016 ALAIZE REIS

 

foto-pag60.jpg 

Este é um assunto de máxima importânciapara o estudante atual de engenharia, pois aponta para o seu exercício profissional futuro esua atuação que será resultante da sua formação acadêmica.

Para esclarecimentos, a Engenharia Civil é regulamentada pelo decreto 23.569/33, lei 5194/66, Resolução 218 de 1973 e agora opcionalmente, resolução 1073/2016.

A legislação confere aos profissionais da engenharia suas atribuições legais ou seja, define as atividades permitidas para cada engenheiro.

A Resolução 218/73, no seu art. 1º, determina as atividades comuns aos engenheiros e no seu artigo 7º define as competências e os campos de atuação dos engenheiros civis:

 

Atividades

01 - Supervisão, coordenação e orientação técnica;

02 - Estudo, planejamento, projeto e especificação;

03 - Estudo de viabilidade técnico- econômica;

04 - Assistência, assessoria e consultoria;

05 - Direção de obra e serviço técnico;

06 - Vistoria, perícia, avaliação, arbitramento, laudo e parecer técnico;

07 - Desempenho de cargo e função técnica;

08 - Ensino, pesquisa, análise, experimentação, ensaio e divulgação técnica; extensão;

09 - Elaboração de orçamento;

10 - Padronização, mensuração e controle de qualidade;

11 - Execução de obra e serviço técnico;

12 - Fiscalização de obra e serviço técnico;

13 - Produção técnica e especializada;

14 - Condução de trabalho técnico;

15 - Condução de equipe de instalação, montagem, operação, reparou  manutenção;

16 - Execução de instalação, montagem e reparo;

17 - Operação e manutenção de equipamento e instalação;

18 - Execução de desenho técnico.

Competências e campos de trabalho

“Compete ao Engenheiro Civil ou Engenheiro de Fortificações e Construção: O desempenho das atividades 1 a 18 do art. 1º desta resolução, referentes a Edificações, estradas, pistas de rolamento e aeroportos; sistemas d transporte, de abastecimento de águas e de saneamento; portos, rios canais, barragens e diques; drenagem e irrigação; pontes e grandes estruturas; e seus serviços afins e correlatos.

Muito importante os itens de 01 a 18 que serão exercidos pelos futuros egressos das escolas de Engenharia, pois a formação acadêmica vem da grade curricular; a qualidade da formação profissional que dará aos futuros profissionais condições teóricas e técnicas para iniciar suas atividades.

Fazendo um pequeno histórico do crescimento das instituições de ensino de Engenharia em nosso Estado, a menos de duas décadas constatou- se que Belo Horizonte tinha apenas 4 Instituições de ensino na área de Engenharia civil.

E foram essas instituições que com mais de meio século formou as gerações de profissionais que ergueram grandes projetos e as grandes obras do nosso estado.

A Faculdade FUMEC Fundada em 1965; a Faculdade Kennedy Fundada em 1964; a Universidade Federal cujo curso foi iniciado em 1912 e a Universidade PUC, com seu curso criado em 1958.

Belo Horizonte em apenas 10 anos, saltou de 4 instituições de ensino para aproximadamente 18. Eis algumas perguntas para refletirmos: Quanto foi o crescimento do PIB neste últimos 10 anos? O Brasil abriu nestes 10 anos mercado para tantos novos engenheiros? Será que o Brasil apenas mascarou para a sociedade que o ensino superou a meta em números, mas não preocupou com a qualidade e nem em garantir emprego para estes profissionais, após sua formação?

Quando se fala em geral nas Universidades e Faculdades criadas na ultima década percebemos que houve uma explosão no ensino superior. Nosso sistema percebeu que a explosão foi boa, mas precisava de ajustes, de união de idéias. O CREA/MG criou em 2012 o Colégio de Instituições de Ensino com o objetivo de promover alianças entre conselho e as IEs (Instituições de ensino) no sentido de priorizar a formação e a qualificação dos futuros Engenheiros,ampliando o número de profissionais preparados para enfrentar novos desafios.

É fato dizer que quando não há uma base na grade curricular da engenharia, uma homogeneidade curricular, um critério de formação que melhor prepare nossos futuros egressos haverá uma distorção no entendimento entre o Engenheiro e o seu exercício profissional.

Você,futuro egresso,sutilmente, passa despercebido sobre o que estuda e quais suas reais atribuições, após formação. Costuma somente perceber que não exercerá plenamente sua profissão quando ao adentrar para seu conselho se de- para com a limitação desuas atribuições. Esta limitação não se dá ao recém formado Engenheiro, um ou outro e sim a todos os egressos. Pois o conselho constata ao registrar o curso no sistema que a sua instituição não forneceu disciplinas necessárias para esta ou aquela atribuição.

O Titulo poderá ser de Engenheiro Civil, Ambiental,Sanitário,M ecatrônico,Urbanista... ufa!...são em torno de 330 títulos! Mas lembre- -se que o título é apenas um título e ele não dá competência e direito de exercer qualquer atividade, mas é o conteúdo da grade curricular, oferecida por cada instituição é que determinará o destino de cada profissional; por isso é importante que cada estudante conheça a grade curricular da sua Universidade e verifique se realmente é aquilo que procura para o seu futuro.

O CREA somente habilitará o profissional para trabalhar dentro do conteúdo das matérias estudadas; ao solicitar registro, o profissional terá sua vida escolar submetida ao estudo, por uma comissão de conselheiros da câmara especializada de engenharia civil e que resultará nas suas atribuições que serão anotadas em carteira e só assim o profissional terá conhecimento do campo em que atuará.

O que se observa é que o estudante recebe a grade curricular, composta de várias disciplinas, correspondentes as diversas etapas, períodos, sem ter o cuidado de verificar quais são as matérias e conteúdos que comporão o seu ensino e lhe permitirá pleno exercício de sua profissão atuando como Projetistas, Gestores e Executores da maravilhosa Engenharia Civil que a séculos constrói este pais. Atividades legalmente autorizadas a milhares de engenheiros através da sua formação altamente qualificada, mas que depende da sua grade curricular.

Vale salientar que o CREA-MG, está a quase um século atuando sobre o exercício profissional da Engenharia e Agronomia.

E é nesse ambiente, entre profissionais de todas as engenharias, é que nasceu o IMEC-MG Instituto Mineiro de Engenharia Civil, entidade que a três décadas vem defendendo os direitos, a valorização profissional e a atuação no mercado, defendendo o exercício pleno de todas as atribuições legais adquiridas e legisladas, apoiando assim o Sistema CONFEA/CREAs e contribuindo para seu fortalecimento.

A falta de conhecimento precede a queda, já dizia Paulo de Tarso e sem querer generalizar, alertamos aos futuros profissionais da engenharia civil que mais que o desejo ímpar de ser engenheiro, a vontade não pode esbarrar na inconsistência do aprendizado. Vemos no estudo da engenharia, praticas que levam o estudante a cursar do primeiro ao décimo período sem nenhum pré requisito, sem nenhuma coerência na estrutura disciplinar, sem nenhum critério. Vemos estudantes que não se preocupam em formar um profissional altamente qualificado, mas passam apenas a se preocupar em finalizar seu curso e se tornarem engenheiros.

As Instituições de ensino com toda sua capacidade disciplinar, tem potencial em sua coordenação para equilibrar a questão “conhecimento x mercado de trabalho” e inserir em sua grade curricular mais horas nas matérias especificas que tratam do projeto arquitetônico, construção civil, saneamento básico, estruturas, estradas, aeroportos,planejamento financeiro, projetos ambientais etc. Estes temas sim, irão garantir aos futuros Engenheiros as atribuições em seu conselho para exercício de suas amplas atividades. Disciplinas que levam o nome de “noções” conotam uma base superficial do tema tanto para o entendimento técnico quanto jurídico.

Futuros Engenheiros(as) civis, busquem se informar sobre sua grade curricular, sobre suas futuras atribuições profissionais, sobre sua área de atuação, sobre seu aprendizado. Ser Engenheiro não é apenas usar uma instituição X ou Y nem uma HP em suas múltiplas funções;é discernir sua capacidade de entender a necessidade da sociedade a sua volta; ser sustentável é projetar, executar e empreender com valores éticos e construir um lugar melhor para todos.

PORQUE ENGENHARIA É A MOLA PROPULSORA DA HUMANIDADE.

Diretores do IMEC-MG e Conselheiros da Camara Especializada de Engenharia Civil CEEC Engs.

Alaize Elizabeth Reis / Haydn Amaral Fernandes

 

 foto-alaize.jpg

Alaize Elizabeth

Especialista em Gestão Ambiental e Recursos Hídricos

Diretora Ambiental do IMEC Instituto Mineiro

de Engenharia Civil Conselheira do CREA/MG

E-mail: alaize@erxengenharia.com.br

 

Voltar para Colunas

  • Compartilhar:

Última Edição

Edição 14

Maio de 2017

Confira

Colunistas

SARAH PARDINI

Feminilidade

OHARA RAAD

Beleza e Estética

ALAIZE REIS

Engenharia Civil

RONAN GOMES

Língua Portuguesa

LINDOMAR GOMES

Direitos e Cidadania

Viva Grande BH

Rua Getúlio Vargas, 33 Bairro JK - Contagem, MG CEP 32.310-150

Contato

  • Redação: 31 2567.3756
  • Comercial: 31 2564.3755 | 3356.3865

Siga:

Assine nossa Newsletter:

(c) 2009-2010 Todos os direitos reservados. Confira nossas políticas de privacidade.

,