Fazer o bem sem olhar a quem

Edição 11 27/06/2014 BEM ESTAR SOCIAL

Iniciativas têm como premissa auxiliar e fornecer melhor qualidade de vida a pessoas carentes, dependentes químicos e crianças

Atualmente, a fé e a solidariedade podem ser as únicas alternativas para milhares de pessoas que vivem em vulnerabilidade social. Se por um lado a pobreza, a dependência química e a violência se tornam cada dia mais comuns nas manchetes de jornais, por outro, dezenas de projetos sociais e de voluntários têm surgido para auxiliar e estender à mão aos mais necessitados.

Em muitos casos, a fé em Deus é uma das últimas e mais poderosas alternativas para sobreviver e buscar uma vida melhor. E é justamente nesse contexto que surgem inúmeras iniciativas que visam ajudar e acolher o próximo. Como é o caso da comunidade terapêutica Adequar - que desde 1984 atua na recuperação de dependentes químicos e, ao todo, já conseguiu tirar do mundo das drogas uma média de oito mil pessoas na região de Betim. “O objetivo principal é ajudar homens maiores de 18 anos que tenham problemas de dependência química e/ou alcoólica, independente de sua condição financeira. Nosso plano de trabalho foi desenvolvido há mais de 20 anos e, desde então, passa por atualizações semestrais propostas por profissionais graduados e parceiros de diversos setores. Nosso maior objetivo é ajudar pessoas a superar o vício”, ressalta o responsável pela instituiçãoJonathan Itaborahi.

Tudo começou quando o patriarca da família, Daniel Itaborahi - formado em Ciência da Religião – decidiu transformar a própria casa em um local para atendimento dos dependentes químicos e, através de um projeto inovador começou a oferecer um tratamento de qualidade aos internos. Os quatro filhos de Daniel cresceram na comunidade e, atualmente, dão sequência ao trabalho do pai.

Além do tratamento básico que oferece alimentação saudável, moradia, acomodação e medicação de acordo com orientação médica, os internos participam de diversas atividades e trabalham na própria comunidade. Embora não seja obrigatória a participação dos dependentes químicos, a comunidade se baseia nos preceitos evangélicos e oferece estudos bíblicos, grupos de oração e cultos semanais. Segundo Jonathan Itaborahi, “essa é uma maneira de levar aos internos a palavra de Deus que muitas vezes se torna um dos pilares principais que dá força e perseverança para que sigam com o tratamento e consigam se livrar do vício”.

Crianças acolhidas e cuidadas

O Lar de Marcos é outra iniciativa que tem como premissa o bem estar social. Fundada em 1968, a instituição espírita busca abrigar, educar e amparar a infância órfã ou carente em regime de internato, para que dessa forma possa contribuir para a diminuição das desigualdades sociais. O Lar de Marcos teve, inicialmente, sede em Belo Horizonte, mas foi transferido para Contagem em dezembro de 1982 e, em seguida, reconhecido como de utilidade pública Municipal, Estadual e Federal.

O lar abriga, atualmente, mais de 23 crianças e adolescentes, que recebem moradia, alimentação, assistência médica-odontológica e instrução, ministrada na Escola Municipal Coronel Antônio Joaquim da Rocha. A capacidade da Instituição é para 25 abrigados, oscilando constantemente em função da recondução de menores juntos de suas famílias, conforme critérios da Vara da Infância e do Adolescente de Contagem. São crianças que tem como características perdas de familiares e/ou problemas na estrutura familiar, todas do município de Contagem. A entidade é mantida através de doações de pessoas físicas e jurídicas, convênio com a Prefeitura de Contagem e conta com voluntários para dar apoio administrativo, educacional e cristão.

Dedicação sem fronteiras

O Movimento de Promoção e Assistência Social Sopão Mineiro é outra entidade filantrópica que tem como premissa promover o bem estar social através da solidariedade. Com sede no bairro Carlos Prates, o Sopão surgiu em maio de 1980 através de um grupo liderado por jovens que distribuíam sopa para as pessoas carentes que viviam nas ruas. Grande parte dessas pessoas era católica e moravam na região do bairro Barroca. Com o passar do tempo e fruto de muito empenho os jovens ganharam uma Kombi de um empresário para facilitar o trabalho e a iniciativa continuou no anonimato, funcionando de forma improvisada durante 12 anos.

De acordo com José Gomes Soares – colaborador do Sopão há 15 anos – foi só em 1992 que o grupo entendeu que a partir do momento em que fosse registrada como entidade seria mais fácil a captação de recursos junto à prefeitura, ao estado e as autoridades governamentais. Foi então que surgiu o “Movimento de Promoção e Assistência Social Sopão Mineiro”.

O grupo cresceu, organizou-se melhor e surgiu a ideia da ampliação do projeto – agora a meta era ajudar também as gestantes. A prefeitura propôs-se a ajudar nesse projeto desde que fossem ministradas palestras às gestantes para que as conscientizassem do papel de mãe. Dessa forma, após as palestras, as gestantes recebiam o enxoval completo do bebê. A ideia funcionava como estímulo para que participassem das palestras.

Hoje, o Sopão Mineiro desenvolve diversos programas sociais, de grandes benefícios para a população de rua de BH e região metropolitana, contando com apoio parcial da prefeitura. De acordo com a voluntária Vanessa Oliveira, uma média de 1.000 litros de sopa são preparados por mês e cerca de 300 pessoas são beneficiadas com a iniciativa. “Não trabalhamos com agenciadores para arrecadação de fundos nas ruas, nos semáforos ou mesmo em transporte coletivos, mas quem quiser doar ou se tornar um parceiro do Sopão é só nos contatar via telefone ou e-mail”, ressalta.

Contato dos locais para quem tiver interesse em conhecer, buscar ajuda ou apoiar:

Adequar Comunidade Terapêutica: (31) 3592.9962 - adequar@hotmail.com

Lar de Marcos: (31) 3357-3459

Sopão Mineiro: (31) 3272-3998 - sopaomineiro@ig.com.br