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Em meio à natureza

Edição 13 27/12/2016 CIDADES

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Matéria Raissa Daldegan Mancuello | Fotografia: Osvaldo Castro e arquivos pessoais

Agradecimentos ao Condomínio Morro do Chapéu e ao Presidente

da Associação dos Condomínios Horizontais Sr. Aloísio Portilho

 

Belo Horizonte possui uma grande vantagem em relação  a outras capitais brasileiras. Por aqui, é possível morar em um lugar tranquilo, perto de muita área verde, com cara de interior, conhecer todos os seus vizinhos e ainda estar inserido às comodidades de uma cidade grande. É assim a realidade de quem decidiu morar em um dos diversos condomínios horizontais existentes no entorno de Belo Horizonte.

Na estrada, sentido Nova Lima há vários desses condomínios, onde a natureza é um grande destaque, devido à linda vista para as montanhas da Serra do Curral.

Quem vive por ali consegue chegar em apenas 10 minutos de carro ao BH Shopping, um dos maiores centros comerciais da capital mineira. Na região também se encontram ótimos colégios para os filhos dos moradores, restaurantes, supermercados e outros comércios.

Esse foi um dos motivos que levaram a jornalista Isabelle Anchieta a escolher um condomínio de casas para morar. “Uma das grandes vantagens, e que só existe em Belo Horizonte, é morar em um lugar tão próximo da natureza e ainda estar dentro da cidade. Já morei em São Paulo, e lá não tem isso,estamos ao lado de shoppings, supermercados, restaurantes. É um privilégio morar tão perto da mata do Jambreiro e ter as comodidades de uma cidade grande”, relata.

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Isabelle Anchieta - Jornalista - Arquivo Pessoal

Isabelle, que morava há três anos em um dos condomínios de Nova Lima, mudou-se recentemente para uma nova casa e a escolha foi novamente esse tipo de morada. Em um novo condomínio horizontal há três meses, a jornalista conta que se sente privilegiada por conviver com a vista para as montanhas. “Os motivos que me levaram a escolher um condomínio de casas para morar foram a minha paixão pelas montanhas e pelo silêncio. Eu trabalho em casa, escrevendo, então preciso do silêncio para me concentrar e aqui eu consigo. É uma paz. Da minha casa eu vejo a Serra do Curral, a mata do Jambreiro, e é um máximo. A gente pensa que as montanhas são paisagens estáticas, mas elas não são, cada dia é uma nova imagem. Depende da luz, se tem sol, se está nublado, e isso me encanta. Sinto-me privilegiada por ter essa vista”.

Segundo a Associação de Condomínios Horizontais, são mais de 15 mil pessoas vivendo nessa espécie de residência. Devido a essa porcentagem populacional, é necessária uma associação para uma maior organização do espaço e um direcionamento de defesa dos direitos e prerrogativa de cada condomínio. Essa também é responsável em promover ações para o desenvolvimento socioeconômico e ambiental. Além disso, ajudar na interação e comunicação dos moradores com outras comunidades, como as de Brumadinho, Itabirito, Moeda, Rio Acima, Raposos e de outras cidades do Vetor Sul da Região Metropolitana de Belo Horizonte.

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Aluizio Portilho - presidente da Associação de Condomínios Horizontais - ACH

A Associação de Condomínios Horizontais promove essas atividades em condomínios de Nova Lima e região noroeste da cidade. O presidente da ACH, Aluizio Portilho, fala da importância da organização “Unir forças enquanto comunidade para requerer pleitos comuns direcionados à defesa de direitos sociais e ações de empoderamento destas comunidades”, enfatiza o presidente. Habitação, proteção (ambiental, alimentar e urbanística), segurança, educação, cultura e treinamento profissional são algumas das vertentes desenvolvidas pela ACH.

Aluizio Portilho conta que deseja aumentar o relacionamento entre as diretorias dos condomínios e se possível passar a fazer reuniões ordinárias nos próprios espaços. E como a ACH é uma organização sem fins lucrativos, ela necessita da participação da população.O presidente cita algumas ações. “O morador pode fazer sugestões ao seu condomínio para que repassem as sugestões de interesse da região para a ACH,ele também pode ajudar a pleitear junto aos órgãos públicos e as mineradoras que operam na região”.

A jornalista Isabelle Anchieta entende e valoriza as ações da associação. “Acho muito importante a existência dessas associações. Elas ajudam numa maior interação entre os vizinhos. Além de criarem ações bem bacanas, como, por exemplo, uma que existe no meu condomínio que é a da horta coletiva. Um espaço onde todos cuidam, e aos sábado acontece uma feirinha, onde cada morador pode pegar aquilo que necessita. É uma ideia muito boa”, acrescenta. 

Construções a todo vapor

Não há registro do crescimento destes espaços, já que os condomínios são bem antigos e todos possuem os lotes já demarcados. O que vem acontecendo é que muitos proprietários que possuem terrenos dentro destes condomínios resolveram construir. Alguns destes proprietários possuem apartamentos na região central de Belo Horizonte, e estão migrando para os condomínios horizontais à procura de mais qualidade de vida.

Lotes em condomínio costumam ter uma metragem maior do que os existentes na cidade, por isso, alguns moradores acreditam que terão uma maior liberdade na hora de construir as suas casas. Porém, muitas pessoas não sabem que é necessário seguir algumas regras e normas impostas pela prefeitura e órgãos reguladores da construção civil. É o que nos conta o engenheiro Ivan Carlos, Diretor do Instituto Mineiro de Engenharia Civil. “Não existe liberdade construtiva. Assim como se regulamenta construções utilizando a lei de uso e ocupação do solo de cada município, os diversos condomínios seguem normas e diretrizes internas de acordo com as áreas a serem edificadas e seguem restrições internas de impacto ao meio ambiente principalmente no que tange supressão de arvores e reserva legal. Sendo assim além de aprovar o projeto da edificação no município o projeto também será aprovado administrativo do condomínio”, explica o diretor.

Um ponto que precisa ser observado é o meio ambiente, já que muito destes condomínios estão inseridos em torno de reservas ecológicas e matas de preservação.

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 Alaize Elizabeth Gonçalves - Engenheira - Diretora do Instituto Mineiro de Engenharia Civil

A engenheira Alaize Elizabeth Gonçalves, Diretora do Instituto Mineiro de Engenharia Civil.“Este aspecto é muito importante. Fatores como esgoto doméstico podem acarretar grande prejuízo ao meio ambiente. A maioria dessas edificações conta com esgotamento sanitário por meio de fossas sépticas. Muito raro o condomínio ter esgoto ou ETE (Estação de tratamento de esgoto). O reuso das águas pluviais, reuso da água interna da Edificação, uso de energia fotovoltaica com placas de captação solar, são alguns dos sistemas de alta tecnologia que invadem hoje o mercado e são a aposta cada dia para maior de economia das fontes e preservação do meio”, acrescenta a engenheira.

Há também algumas leis arquitetônicas a serem seguidas nos projetos, é o que relata o arquiteto e designer, Cioli Cássius Stancioli. “Existem várias leis e entre elas eu citaria: altura da construção, área construída e os afastamentos”.

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Cioli Cássius Stancioli - Arquiteto - Arquivo Pessoal

Já pelo lado visual, da estética da edificação, o profissional comenta sobre as tendências do segmento. “Acredito que a tendências sejam as casas modernas, que caracterizam casas “retas”, sem telhados aparentes, pé direito duplo e integração total entre os ambientes sociais”. O arquiteto ainda acrescenta sobre o que não pode faltar neste tipo de construção. “Vários itens, mas eu pontuaria a forma, materiais nobres, pé direito generoso, integração entre as áreas externas e internas, um bom estudo de ventilação natural, reaproveitamento de água, entre outros fatores que hoje são obrigação de um projeto”, enfatiza o profissional.

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Segurança e legislação dos condomínios

Morar em um condomínio de casas pode ter diversas vantagens, como estar mais próximo à natureza, ser um lugar mais reservado, ter espaço para animais e plantas, além da tranquilidade e sossego. São esses os motivos que levaram Marta Rodrigues Britto, moradora há 11 anos em um condomínio próximo à Belo Horizonte. “Eu e meu esposo sempre passávamos por aqui quando nos casamos e já tínhamos vontade de ter uma casa, um lugar junto à natureza, para ter nossos bichos, plantas e flores. Gostamos de sossego, de silêncio, de paz e das opções de lazer fora dos centros urbano. Passárgada tem tudo isso, com a vantagem de ser bem perto de BH e do distrito de São Sebastião das Águas Claras (Macacos), onde podemos conviver com uma comunidade simples e hospitaleira”, relata.

Porém, nem tudo são flores na vida de quem mora em um condomínio fechado. A insegurança é uma grande desvantagem e o ponto que mais preocupa os moradores. “A questão da segurança tem sido algo que nos preocupa muito atualmente, pois os casos de assaltos às casas na região têm aumentado. Como nossa vigilância é feita por nossos funcionários, e o apoio da polícia é muito pequeno, uma ou outra vez somos surpreendidos por visitas inesperadas”, conta Marta.

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Marta Rodrigues Britto, Moradora de Condomínio Passárgada - Arquivo pessoal

Apesar de não ter registro de nenhuma violência contra morador, foi registrada somente a entrada em casa fechada, onde maus elementos acessaram os domicílios pelo terreno da VALE, localizado ao lado do condomínio Passárgada. Segundo a moradora está sendo feito um acordo com a empresa que auxilie essa tarefa de vigilância. As polícias, moradores e as outras associações da região estão se unindo para tentar encontrar uma solução para o problema.

Uma das lutas constantes dos moradores é pela regulamentação dos condomínios, pois segundo a Associação de Condomínios Horizontais somente dois destes espaços fechados em Belo Horizonte são considerados condomínios regulamentados na prefeitura, o restante são denominados como loteamento. O que muda com a nomenclatura é a independência destes espaços, que poderão criar leis especificas sem depender da prefeitura. Os moradores tornam-se responsáveis pelo cuidado e manutenção do condomínio, ficando livres de questões burocráticas e algumas regras do município.

A advogada Flavia Stortini de Souza Cruz, responsável pela ASPAS, Associação dos Proprietários de Passárgada, aponta outros motivos pelo qual a regulamentação ajudaria os condôminos. “Porque infelizmente, mesmo com todos os serviços que são prestados pela associação, há pessoas que não querem dividir os custos de sua manutenção. Simplesmente usufruem, tem seu patrimônio valorizado, sua vida e de sua família protegidos, tudo à custa do vizinho que contribui para a associação. Com a regulamentação a contribuição passa a ser obrigatória o que resultará inclusive na redução do valor das taxas ou mesmo na ampliação e melhoria dos serviços prestados”.

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