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E agora Ronaldinho?...

Edição 05 14/09/2012 RAFAEL VICENTE

E agora Ronaldinho?...

A massa já pode sonhar com a estrelinha amarela?

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Ilustração: Elder Marques

Jogador eleito por duas vezes o melhor do mundo (2004 e 2005), jogando por um dos clubes mais respeitados do planeta (Barcelona), onde foi ídolo (e ainda é) e campeão de quase tudo. Também foi pentacampeão com a Seleção Brasileira na Copa de 2002, fazendo um gol antológico nas quartas-de-final sobre a Seleção da Inglaterra. Com esta síntese de seu currículo, Ronaldinho Gaúcho mereceria um tapete vermelho em qualquer parte do mundo que desembarcasse. Chegou ao Rio em 2011 para se apresentar ao Flamengo. A recepção foi retumbante e proporcional ao seu quilate.

Porém, os resultados que o clube carioca esperava não foram alcançados. O rubro-negro da Gávea obteve alguns êxitos: a conquista do título Estadual de 2011; fez uma boa campanha no Brasileirão do mesmo ano e, por consequência, a classificação para disputar a Copa “Libertadores da América” de 2012. Nesta competição, a campanha foi um fiasco, sendo eliminado ainda na primeira fase, e a cobrança foi pesada, principalmente sobre a estrela principal – Ronaldinho.

A sequência da história do craque na Cidade Maravilhosa e no Flamengo já é do conhecimento de todos. E a essa altura, já seria inútil e redundante abordar esse período. Faço uma analogia... como em qualquer casamento que se acaba, ambas as partes saem falando ‘cobras e lagartos’ e ninguém sabe quem tem razão. O fim do romance entre Ronaldinho e Flamengo será litigioso.

Com um pouco de boa vontade, vamos tentar entender o jogador que se profissionalizou muito cedo (17 anos). Surgiu em 1997, ainda menino, no Grêmio onde permaneceu até 2001, quando foi envolvido em uma transação internacional complicada. Foi para a Europa, onde jogou no Paris Saint-Germain – PSG (França), Barcelona (Espanha), Milan (Itália). Teve um desempenho regular no PSG e espetacular no Barcelona. Entendo que a troca da adolescência e juventude pela ‘pré-maturidade’ – profissionalismo, responsabilidade e notoriedade precoces –, tem um preço.

Nem com todos os milhões de Euros acumulados ao longo da carreira, se poderia comprar uma máquina do tempo pra voltar à adolescência e recuperar a fase mais lúdica da vida (namoros, escola, rebeldia sem causa etc), e, quem sabe, a melhor. Talvez aí esteja a explicação para algumas atitudes extracampo de Ronaldinho. Seria uma tentativa de resgate do tempo não vivido? Tais comportamentos são divulgados amplamente, quando os resultados nos gramados não agradam. Mas, no caso de sucesso em campo, tudo é relevado, e as notícias negativas acabam ganhando um tratamento subliminar.

Temos de considerar, também, que jogadores em evidência ganham tratamento de ‘celebridades’, estando à mercê dos amigos de oportunidade, que invariavelmente lhes apresentam à ‘local night’ para desfrutarem de sua popularidade em eventos nada glamourosos. Nem sempre bem assessorados, são usados mais como ‘promoteur’ de tudo e de todos: ‘periguetes’, tendências de gosto no mínimo duvidoso... de duplo ou vários sentidos – é um vai e vem, vuco vuco, mexe mexe, se eu te pego, tchu tcha, tiam tiam, um rebolation, um sobe e desce... Nossa!... e como descem! Mas o que despenca mesmo é o desempenho do atleta e sua cotação. E aí... ‘cadê todo mundo’? As portas se fecham. “E agora José? / Quer ir para Minas?”... Ainda há Minas.

Pois é, então já que o tempo não volta mesmo, vamos aproveitar este momento para falar de coisa boa. Ronaldinho está tentando virar o jogo. E acho que veio para o lugar certo.

Dito popular: “No futebol não há verdade que dure 24 horas”. Pois, com a evolução e velocidade das comunicações, a veracidade das informações pode valer por alguns minutos ou até segundos.

Então?... Quem há um ano e meio era disputado por Flamengo, Grêmio, Palmeiras, entre vários outros clubes do Brasil e do mundo, desembarcou discretamente no Aeroporto da Pampulha em BH, neste começo de junho, para se apresentar ao “Glorioso” – como dizia Cerezo –, na “Cidade do Galo”.

Sem tapete vermelho, sem escola de samba, sem foguetório, Ronaldinho foi apresentado aos colegas do novo clube, e foi direto para os treinos. Mas, como estrela que tem brilho próprio, foi impossível conter a propagação. Com a notícia de sua chegada, o Galo ganhou a mídia nacional e mundial. Todos os telejornais deram espaço no horário nobre.

Não se pode mensurar ainda o retorno que Ronaldinho dará ao Atlético Mineiro nos gramados com seus dribles e gols. Porém, também não se pode negar que, só com a sua chegada, ele já projetou a marca do Galo internacionalmente. Por conseguinte, elevou a autoestima dos atleticanos que, mesmo ressabiados, estão apostando neste noivado (a aliança é de seis meses). E poderá virar casamento. Acredito em uma simbiose Ronaldinho-Galo-Massa atleticana. Acho que o Galo já pode sonhar com outra estrela (daquela amarelinha) e Ronaldinho também poderá voltar a sonhar com outra camisa, também amarelinha.

Espero que ele seja brindado com a mesma sorte que o Galo proporcionou a tantos outros que vieram para BH desacreditados (Taffarel, Valdir do Bigode, Marques, Guilherme, Diego Tardelli etc) e saíram valorizados, deixando saudades.

Boas vindas a ‘Ronaldinho Galuxo’ e parabéns ao Presidente Alexandre Kalilque fez mais um golaço, dando oportunidade ao craque.

 

Rafael Vicente
Empresário da área de comunicação
rafaelvicenteferreira@gmail.com

 

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