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Copa: investimentos X frustrações

Edição 11 27/06/2014 MERCADO

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A expectativa para a celebração da Copa do Mundo FIFA 2014 tomou conta dos brasileiros. E as sedes, ficaram prontas para o torneio? E Belo Horizonte, o que faltou?

Por Diogo Silva

Ilustração: TON

Eventos de grande porte sejam esportivos, culturais ou empresarias, demandam investimentos nas mais diversas áreas. Os governos se mobilizam e planejam para que as cidades estejam aptas e preparadas para receber estes espetáculos. Além das iniciativas do setor público, a iniciativa privada e o âmbito de serviços aplicam capital para que o mercado ganhe uma impulsão e consiga uma movimentação intensa durante o período de realização. A elaboração e um plano ousado de negócios propicia um aumento nas chances de arrecadação econômica e nas melhorias nas mais diversas esferas do estado. A menos de um mês para a realização da Copa do Mundo, o Brasil revela a falta de planejamento e efetividade na organização em um dos maiores eventos esportivos do mundo. O atraso no quesito estrutural e superfaturamento no orçamento previsto mostra a inoperância dos governantes. O resultado dessa situação pode ser comprovado na insatisfação da população com a submissão do país a maior entidade do futebol, a FIFA. As manifestações durante a Copa das Confederações, no ano passado, desencadearam uma instabilidade em diversas esferas do estado.

A demora na entrega das obras trouxe um desgaste na imagem internacional do Brasil. A dúvida, que ainda perdura, é se o país conseguirá honrar o compromisso que fez em 2007, quando foi escolhido para sediar o mundial. Jornais do mundo inteiro, principalmente os europeus, retratam a todo instante a preparação para o mundial relacionando com a crise econômica e as manifestações populares. Porém, pelo menos em vendagem de ingressos, a Copa tem gerado grande expectativa.

Os Estados Unidos é o país que mais comprou ingressos depois do Brasil, que adquiriu 65% dos bilhetes vendidos; seguido por Colômbia, Alemanha e Argentina. Mais de dez partidas tiveram os tíquetes esgotados antes da estreia do Mundial.

A preparação na capital mineira

Minas Gerais abriga três seleções, todas elas da América do Sul. Belo Horizonte, Vespasiano e Sete Lagoas acolhem rivais tradicionais da equipe brasileira. A Toca da Raposa II, centro de treinamento do Cruzeiro, receberá o Chile; a Cidade do Galo hospedará o time liderado por Messi, a Argentina; e o JN Resort será a casa do Uruguai. Subsede da competição, Belo Horizonte, entregou um dos palcos da competição, o Mineirão, em dezembro de 2012. A cidade foi testada durante a Copa das Confederações, na ocasião abrigou três jogos do torneio. O secretário geral da FIFA, Jérôme Valcke, chegou a elogiar em alguns momentos o cronograma e a realização das obras na capital mineira.

Assim como os estádios, nem tudo ficou e ficará pronto em Belo Horizonte. As grandes preocupações se concentram nos quesitos mobilidade e hotelaria. O governo federal já admitiu que a reforma no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, não será concluída a tempo para atender os turistas que visitarão Minas Gerais durante a competição. O transporte público é outra frustração que pode ser comprovada pelos adiamentos para a inauguração total do sistema BRT, o MOVE. O prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, prometeu que o MOVE ficará pronto até o início do torneio, mas que será necessário um intenso trabalho no canteiro de obras. No quesito hotelaria, nem metade do prometido será entregue. Em 2010, a prefeitura da capital e empresários do ramo hoteleiro assinaram um contrato que previa a construção de 73 novos hotéis. Até o mês de abril, o saldo eram 42 obras em andamentos, sete estabelecimentos já em atividade e outros vinte que deverão ser entregues até o mundial. Da estimativa total, somente 27 estão funcionando durante o evento esportivo. A presidente da Associação Brasileira de Indústria e Hoteis em Belo Horizonte, Patrícia Coutinho demonstra preocupação e acredita que turistas terão dificuldades de encontrar quartos disponíveis. “Ao contrário do que muitos pensam, a Copa do Mundo pode ser um grande pesadelo para a hotelaria, porque nós estamos verificando um aumento muito grande da quantidade de hotéis e não verificamos proporcionalmente a construção de novos locais de eventos”, afirmou Patrícia.

ed11_mercado_02.jpgMárcio Lacerda decretou que não haverá feriado municipal em dias de jogos da Seleção Brasileira e das partidas que serão realizadas no Mineirão. A Câmara de Dirigentes e Lojistas de Belo Horizonte apoiou a decisão do poder executivo. “Há mais de seis anos o varejo espera a realização da Copa do Mundo de 2014, o maior evento esportivo mundial”, afirmou o presidente da CDL/BH, Bruno Falci, por meio de nota. “Um dia de comércio fechado representa um prejuízo de R$ 76,01 milhões em vendas”, completou.

Outra questão que a CDL/BH tem destinado atenção é o fato dos comerciantes ficarem cientes do plano de proteção às marcas da FIFA, que dispõe regras das atividades de marketing proibidas e áreas de restrições comerciais durante a Copa do Mundo. Uma medida que prevê o acompanhamento e o auxílio aos excursionistas é o programa BH Receptiva que tem por objetivo uma campanha de hospitalidade para a Copa e um aplicativo móvel, que possibilita informações turísticas. A expectativa do Ministério do Turismo é que 160 mil turistas estrangeiros e 230 mil visitantes nacionais passem por Belo Horizonte durante os 30 dias do Mundial.

Um estudo desenvolvido pela Ernst & Young em conjunto com a Fundação Getúlio Vargas apontou que a capital receberá aproximadamente R$ 1,43 bilhão de investimentos até o fim da Copa do Mundo. Com tanto recurso investido no Brasil, espera-se que o Produto Interno Bruto (PIB) seja na casa dos R$64,5 bilhões, no período compreendido entre o mundial de futebol e as Olimpíadas.

O professor de economia da Universidade Federal de Minas Gerais, UFMG, Edson Domingues, realizou um estudo que aponta as principais interferências econômicas e mercadológicas que os eventos esportivos organizados pela FIFA e pelo COI, Comitê Olímpico Internacional, podem acarretar para o país. Apesar de investimentos estruturais, o doutor afirma que o impacto na economia vai ser pequeno. “As competições são realizadas em poucas semanas, o Brasil vai ter um turismo internacional temporário muito grande, mas nada que simbolize grandes alterações em números econômicos”. Edson acredita em uma divulgação que coloque não só a cidade de Belo Horizonte, mas a grande região metropolitana, como referências para futuras convenções e feiras de negócios. “Vai fazer uma grande propaganda para a cidade, o que ocasiona melhorias”.

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