Como as Constelações familiares nos apoiam?

Edição 13 27/12/2016 ÂNGELA MENDES

Durante muitos anos me esforcei para entender, com uma certa curiosidade alguns eventos de sofrimentos ou tragédias que ocorrem de forma repetida na vida das pessoas Quando tomei conhecimento das Constelações familiares e sistêmicas, percebi que minhas dúvidas anteriores faziam sentido. Somos um sistema e também somos regidos por eis. E quando as desobedecemos, há uma consequência sobre nossas vidas.

Resolvi então me aprofundar nessa abordagem e assim me tornei terapeuta sistêmica e de Constelações familiares – que é uma ferramenta terapêutica criada pelo alemão Bert Herllinger, e que tem como propósito liberar indivíduos de seus medos, carência, destinos difíceis, relações problemáticas, entre outras tensões do presente que tiveram sua origem real no passado, com seus ancestrais.

Entrar no mundo das constelações familiares é como se aventurar utilizando a alma como um veículo, que nos levará a lugares do inconsciente e nos conectará com nossos ancestrais que se encontram irremediavelmente unidos graças a lealdade invisível que temos com nosso sistema. Bem sabemos, todo grupo forma um sistema integrado por partes que estão inter-relacionadas entre si. E Hellinger percebeu que de todos os sistemas que participamos, o que mais nos influencia é o familiar.

E que Leis são essas? Como então saber se estão desordenadas? Que influência exercem sobre nós?

A primeira é a Hierarquia – ordem de chegada ao sistema. Os pais chegam primeiro, depois a relação deles, somente depois o filho mais velho e daí por diante.

A Lei do Pertencimento é a segunda, que trata da ordem dechegada ao sistema, ou seja, cada membro de uma família ocupa um lugar especial e tem igual direito de pertencer. Em outras palavras, ninguém pode ser excluído, e quando isso ocorre o excluído se perde, mas mantém um efeito sobre os membros da família e posteriormente outro membro repetirá seu destino.

A Lei do Equilíbrio é a terceira, que exige uma compensação entre o dar e o receber, exceto com relação a nossos pais, que apenas recebemos enquanto crianças. Por isso, frente a eles – que nos trouxeram a vida – só podemos equilibrar dando a nossos filhos ou desenvolvendo nossa missão de forma grandiosa. Já na relação de casal (entre adultos) deverá existir o equilíbrio entre o dar e o receber, o que pode ocorrer com moedas de trocas diferentes.

Quando essas Leis estão em desiquilíbrio, ocorre o que Herllinger denominou de emaranhamentos, que é quando os membros da família assumem, por amor, padrões familiares destrutivas, como depressão, ansiedade, alcoolismo, relações disfuncionais e até mesmo a doença física, o que pode ser repetidos através de muitas gerações.

Assim, as Constelações familiares e sistêmicas atuam olhando com respeito para o indivíduo e toda sua história familiar, com um olhar sobre o passado, identificando os emaranhamentos, estabelecendo a ordem no sistema, clareando a visão do cliente, tanto no momento presente, como consequentemente num futuro possível de realizações pessoais e profissionais. Ao final, o cliente percebe que se der os passos de acordo com as Ordens, adquire força.

O “foco” da abordagem “é sempre na solução, não no problema.” Também é extremamente breve, em comparação com outras psicoterapias. A maioria dos problemas pode ser tratada muitas vezes em apenas uma sessão, tornando-se uma forma altamente eficiente de terapia. Constelação Familiar é o caminho certo para incluir, integrar e reconciliar os diferentes membros da família. Por isso a importância de olhar para a nossa história e antepassdos com respeito, aceitação e principalmente com honra. Segundo Bert Herlinger, aquele que não conhece a própria história tende a repetição.