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Página PrincipalA Revista Colunas PAULO PURAÑA A comida dos Deuses: o castigo do rei Midas, Tântalo e Psiquê - Parte II

A comida dos Deuses: o castigo do rei Midas, Tântalo e Psiquê - Parte II

Edição 10 31/03/2014 PAULO PURAÑA

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ed10_cozinha_1.jpgUm certo rei grego, cujo nome é desconhecido, tinha três belas filhas, sendo a caçula Psiquê, a mais bela das três. A fama de seu encanto era tanta que de todas as partes acorria gente para admirá-la. Os peregrinos quase não frequentavam mais o templo de Afrodite (deusa da beleza e do amor) para prestar culto à sua divina beleza, ao invés disso, preferiam andar dias entre noites para admirar a extraordinária formosura de uma simples mortal.

Psiquê, a jovem e bela princesa, despertou a fúria da deusa Afrodite, que indignada com o fato de uma mortal receber tantas honrarias, em um acesso de raiva, pediu a seu filho Éros, deus grego do amor, também conhecido como Cupido, que atingisse a jovem com suas flechas encantadas para que a mortal Psiquê se apaixonasse pela criatura mais desprezível do mundo.

Acontece que para executar seu terrível plano, ao aproximar-se de Psiquê, que estava em estado de sono profundo, Éros ficou tão surpreso com a beleza da jovem que, admirando-a, acaba por não lhe lançar as setas ordenadas por sua mãe, experimentando assim de seu próprio veneno, apaixonando-se pela jovem, a bela mortal Psiquê. Éros a toma pelos braços, levando-a para bem longe dali, para um maravilhoso palácio, e apaixonado, diz à sua mãe que finalmente ela estaria livre da rival. Quando Psiquê desperta ouve uma voz convidando-a a entrar no palácio, a banhar-se e a jantar. Mãos invisíveis a servem, mas nenhum temor a aflige. À noite, oculto pela escuridão, Éros cobriu-a de carícias e amou-a, recomendando insistentemente que jamais tentasse vê-lo. Durante algum tempo, apesar de não conhecer seu rosto, Psiquê sentia-se a mais feliz das mulheres. Saudosa, porém, de suas irmãs, pede para vê-las. Em vão, Éros advertiu que, ao aproximar-se delas, estaria reatando laços terrenos. Pediu então que se precavesse contra as desgraças que, através das duas irmãs, lhe poderiam advir.

Zéfiro levou-as ao castelo, mas invejosas da riqueza e felicidade de Psiquê, as jovens começaram ardilosamente a insinuar dúvidas e desconfianças em seu coração. Diziam que o enamorado que lhe escondia o rosto, deveria ser o monstro previsto antes pelo oráculo. Aconselharam-na a esperá-lo adormecer e preparar um lampião e uma faca afiada. Com a primeira, veria a verdadeira face de seu amado; com a segunda, poderia matá-lo, se fosse mesmo o monstro... À noite, Éros volta e envolve-a em carícias, mas quando adormece, a dúvida volta a infligir o coração de Psiquê que, olhando para ele, traz o lampião, ilumina-lhe o rosto e vê o mais belo semblante que jamais existira. Emocionada, deixa cair uma gota de azeite do lampião no ombro do deus. Éros desperta sobressaltado e, num relance, percebe o acontecido; seu rosto cobre-se de profunda tristeza e foge, sem dizer uma palavra, batendo asas e saindo pelas janelas do palácio. Psiquê tenta alcançá-lo nas trevas, ouve apenas sua voz ao longe, que lhe diz em tom se censura: “o amor não pode viver sem confiança”. Cheia de dor, a jovem pôs-se a errar de templo em templo, implorando auxílio dos deuses para reencontrar o amor perdido. Temendo a fúria de Afrodite, todos se recusaram a auxiliá-la.

Afrodite, sempre implacável com suas vítimas, recebe a visita de sua rival Psiquê, que como último recurso decide ir à presença da própria deusa, mas encontra apenas zombaria e a imposição de uma série de provas humilhantes, que na mitologia grega, ficou conhecida como Os quatro trabalhos de Psiquê: A separação dos grãos, A lã de ouro, As águas da nascente do rio Estige e A beleza de Perséfone, tarefas impossíveis de um mortal realizá-las. Depois de muitas atribulações, Éros, que saíra a sua procura, já curado de sua queimadura, “o deus do amor” vai ao socorro de sua amada, e dirigindo-se ao monte Olimpo, pediu a Zeus que os unissem em casamento. Zeus mandou Hermes buscar a jovem à sua presença e, ele próprio, deu-lhe de beber o néctar e o manjar dos deuses, a AMBROSIA, que lhe conferiu o dom da imortalidade. Desta união do corpo e da alma, nasce uma menina chamada Volúpia, em homenagem ao prazer e ao êxtase decorrente dos grandes amores.

Um VIVA à Simone Miranda, ao Claudio Kennedy, à atriz brasiliense Elisete Teixeira (autora do livro Teatro em bar – um diálogo com o criador) e, finalmente, ao Sr. Geraldo e ao Roberto, da auto elétrica Cruzeiro.

Paulo Puraña

Escritor e Professor de filosofia pós graduado em ciência da religião.
ppurana@bol.com.br
 

 

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