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A comida dos Deuses: O castigo do rei Midas, Tântalo e Psiquê

Edição 09 27/12/2013 PAULO PURAÑA

A comida dos Deuses:

O castigo do rei Midas, Tântalo e Psiquê

 

A alimentação é, após a respiração e a ingestão de água, a mais básica das necessidades humanas. Mas como “não só de pão vive o homem”, a alimentação além de uma necessidade biológica, é um complexo sistema simbólico de significados sociais, políticos, religiosos, éticos, estéticos e outros.

 

Sem a intenção de provocar uma abstração excessiva, não é exagero afirmar que há grandes achados na história da alimentação. Quem nunca ouviu falar em comida dos deuses ou manjar dos deuses? A ambrosia, o manjar dos deuses do Olímpo, era um doce com sabor divino, muito mais doce que o mel. Dizia-se que se um mortal a saboreasse ganharia imortalidade. Conta a história que quando os deuses as ofereciam a algum mortal, este, ao experimentá-las sentia uma sensação de extrema felicidade, êxtase! Conforme a mitologia grega, esse manjar era tão poderoso a ponto de ressuscitar qualquer um, bastando apenas que alguém pusesse em sua boca.

 

Midas é um personagem da mitologia grega. O rei da cidade de Frígia, o Rei Midas, gozava de grande hospitalidade entre os deuses. Midas era muito querido pelos deuses, na verdade chegava a participar de banquetes junto à eles. Acontece que Midas os traiu, tentando roubar a ambrosia e como castigo, os deuses fizeram com que tudo que ele tocasse se transformasse em ouro... Assim, seria condenado a morrer de fome.

 

Maravilhado com o feito (roubo), jubiloso com o poder recém-adquirido, logo que chegou em casa ordenou aos criados que servissem um magnífico repasto. Verificou então, horrorizado, que se tocasse o pão, este enrijecia em suas mãos; se levava a comida à boca, seus dentes não conseguiam mastigá-la; tomou um cálice de vinho, mas a bebida desceu-lhe pela garganta como ouro derretido. Como também era um amigo e um conviva na mesa de Baco, este o livrou do castigo, consternado com sua aflição. Baco, divindade benévola, ouviu e consentiu que a água corrente desfizesse a maldição, o toque de ouro. “Mergulhas o que tocastes num rio e os objetos em que tocastes voltarão a ser o que eram”. Midas correu a cumprir o que dissera o deus do vinho. Dizem que Midas, ao se abaixar para colher a água e molhar o rosto nas margens do rio, tocou a areia com as mãos e, por isso, ainda hoje, o rio corre sobre o leito de areias douradas.

 

Após os eventos envolvendo o toque de ouro, o Rei Midas abandonou a riqueza e virou um seguidor de Pã, deus do bosque. Um dia, Pã afirmou tocar melhor que Apolo, e o deus do Sol resolveu propor um duelo com Pã, julgado pelo deus Tímolo. Pã agradou a todos com sua flauta, horas e horas, mas após Apolo tocar sua lira, Tímolo deu o prêmio à ele. Midas indignou- -se, questionou a decisão, e Apolo enfurecido deu à Midas orelhas de burro. Midas cobriu-as com um turbante, envergonhado, para que seus seguidores não as percebessem. Apenas o cabeleireiro sabia das orelhas e devia guardar segredo. O cabeleireiro não conseguiu manter a língua na boca e, para satisfazer sua vontade, cavou um buraco e nele disse: - O rei Midas tem orelhas de burro, o rei Midas tem orelhas de burro, o rei Midas tem orelhas de burro!, e o cobriu com terra. Porém, o junco que ali cresceu, “cantava” a frase sempre que recebia o vento, espalhando essas histórias por todos os reinos, até chegarem aos nossos dias, ainda que seja em Copacabana, em Brasília, e onde estiverem os leitores deste artigo.

 

Tântalo, certa vez, ousando testar a onisciência dos deuses, também tentou roubar o manjar divino. Seu plano não deu certo e como castigo, foi lançado ao tártaro, onde num vale abundante em vegetação e água, foi sentenciado a não poder saciar sua fome e sede. A expressão de suplício de Tântalo refere-se ao sofrimento daquele que deseja algo aparentemente próximo, porém inalcançável.

 

Melhor sorte teve outro personagem mitológico, Psiquê.(...) Continua na próxima edição.

 

Um VIVA ao meu pai, in memorian... “meu velho, meu amigo, meu irmão-camarada”, aos meus filhos Paula, Fernanda e Bruno Purana, aos meus netos Gabriel Purana e Enzo Purana e, finalmente, aos meus amigos Doca Rolim e Flávio Silveira (Rabinho).

 

Paulo Puraña

Escritor e Professor de filosofia pós graduado em ciência da religião.

ppurana@bol.com.br 

 

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