Mercado Central de Contagem celebra 33 anos de tradição e costumes mineiros

Mercado Central de Contagem celebra 33 anos de tradição e costumes mineiros

Imagina um lugar onde se pode encontrar de “quase” tudo, inclusive é sempre possível topar com um conhecido, ou um velho amigo, tomar aquele café da tarde ou mesmo uma cervejinha aos finais de semana. Em Contagem esse local tem nome e se chama Mercado Central. Localizado no bairro Inconfidentes, em maio deste ano, ele celebrou 33 anos, com uma vasta programação e uma festa especial que, segundo a assessora de imprensa do empreendimento, Camila Prata, trouxe um saldo positivo para os lojistas e especialmente para a comunidade.
“Foi uma oportunidade para atrair novos públicos e oferecer um novo olhar aos lojistas sobre o mercado, que tem grande potencial para crescer e para isso é preciso que seja ainda mais valorizado”, colocou.
Fundado em 13 de maio de 1989, o Mercado Central carrega consigo muita tradição e costumes mineiros em suas mais de 200 lojas que oferecem desde culinária, passando por artesanatos, ervas medicinais, flores ornamentais, hortifrutigranjeiros, açougues, laticínios, bebidas tradicionais como a cachaça, até mesmo prestações de serviços como lotérica, bancos, dentistas e escritório de contabilidade. Há ainda a Capela de São Judas Tadeu.
Para a administração do Mercado Central, essas três décadas de existência representam a história de vidas que se entrelaçam entre os comerciantes, frequentadores e demais trabalhadores que fazem com que o local seja um dos principais centros de referência de compra de Contagem.
“A pluralidade dos clientes desde sua inauguração é uma das maiores riquezas do Mercado Central de Contagem, um centro de compras completo, onde é possível encontrar uma infinidade de produtos, além da característica cordialidade de uma boa prosa mineira”, salienta Prata.

História contada por quem fez e farte parte do Mercado Central

É de conhecimento geral que o Mercado Central foi idealizado e construído pela construtora Irmãos Diniz, que adquiriu um terreno com área de 19.421,20 metros quadrados, onde até 1982 era utilizado como um campo de futebol, local em que várias partidas importantes foram realizadas.
No entanto, a história é sempre melhor contada por quem a viveu e a vive. É o caso de Maria Antônia Parreiras de Miranda, de 72 anos, moradora do bairro Inconfidentes há mais de 50 anos. “Meus filhos adoravam assistir os jogos que aconteciam no campo”, conta ela que até hoje, todas as tardes, faz questão de visitar o Mercado Central desde sua inauguração. Ela é uma das mais antigas e frequentes clientes e, até mesmo na pandemia, chegou a “fugir de casa” e entrar escondido no Mercado Central para rever os amigos.
Inclusive, ela se lembra da inauguração do Mercado Central, uma festa que ficou marcada em sua memória. “Eu trabalhava em uma fábrica de malha aqui pertinho e fiz questão de vir participar. Teve muita música, alegria do povo, muitas crianças e comida boa”, lembra.
Dona Maria Antônia, como é conhecida, costuma visitar o local para fazer suas compras, mas principalmente para conversar e socializar. “Sinto uma energia tão boa quando venho aqui. Não tenho nenhuma preferência de loja, gosto de todas e de todos que estão aqui”, frisa.
Entre os temperos, legumes, verduras, biscoitos e até mesmo antigos discos e fitas cassetes que compra regularmente, ela vive sua liberdade de poder passear tranquilamente em um local familiar e tão acolhedor. “Quando tem evento com música, então, eu adoro, venho e danço muito”, brinca.

Lojistas fazem parte da evolução do Mercado Central

Responsáveis pela Gráfica Vilela, Ricardo Silva Vilela e sua família, estão no Mercado Central há 12 anos. Embora o empreendimento tenha quase 30 anos, foi no mercado que o negócio engrenou. “Quando viemos para cá, fizemos uma pesquisa de campo e o que nos chamou a atenção foi a questão da estrutura oferecida, além da boa localização e segurança”, salienta Vilela. Para o futuro, o plano é ampliar no negócio no Mercado Central e quem sabe mudar a loja para a parte externa do local.
Nilma Oliveira de Araújo, proprietária da loja homônima, está no Mercado Central há 31 anos. A loja vende de tudo um pouco, é uma mercearia completa e o trabalho de uma vida é feito do mesmo jeito desde então. “Fico aqui todos os dias de sete da manhã às sete da noite. Gosto muito daqui e de todos que trabalham e frequentam este lugar. O Mercado Central é a minha vida”, revela.
O proprietário da loja Eletropesca, Marcos Antônio dos Santos, além de ter sido um dos primeiros lojistas do Mercado Central, foi o responsável pela assembleia de inauguração e o primeiro síndico. Ele conta que no início, a maioria dos lojistas eram aposentados que buscaram iniciar um novo negócio. Segundo Santos, na mesma época, comerciantes conhecidos também abriram lojas. “Tem o Almeida, o Petrina, o Ildeu, o Perrela, o Cariri, entre outros”, lembra.
Santos conta que o início foi complicado e levou-se muitos anos para que o Mercado Central prosperasse. Ele acredita que a inauguração não aconteceu na hora certa, uma vez que suas atividades começaram apenas com 40% das lojas abertas, além da falta de experiência dos lojistas que estava começando seus negócios. “Não tivemos apoio adequado da construtora na época e passamos por muitas dificuldades, como enchentes”, conta.
Além disso, Segundo Santos, naquela época, nem ônibus passava na rua do Mercado Central. “Foi uma luta! Tivemos que correr atrás de transporte público para atrair clientes, entre outras questões, como a própria divulgação do Mercado Central, que não tinha publicidade adequada”, revela.
Compartilhando do mesmo tempo de funcionamento, a Mercearia Almeida, assim como a Eletropesca funciona no Mercado Central desde sua inauguração. A tradicional loja começou como uma banca de verduras e evoluiu para uma completa mercearia, a partir de uma máquina de moer café. Atualmente, comercializa frios, laticínios e produtos naturais. De acordo com os familiares do Sr. Almeida, é preciso que o governo municipal incentive uma maior valorização do espaço e maior espaço nas mídias, ou seja, investimento em divulgação.
Felizmente, com o tempo, as coisas tem evoluindo e, atualmente, o Mercado Central tem sido cada vez mais valorizado pelos contagenses e atraído novos empreendedores, como é o caso de Franciele Roque da Silva, uma curitibana que se casou com um contagense, Thiago Almeida Cruz. Juntos, eles abriram, recentemente a San Roque Pães Artesanais.
“Toda vez quem uma pessoa quer comprar um alimento não industrializado, costuma ir em um mercado que vende esse tipo de produto. Por isso, para nós, o Mercado Central é ideal para comercializarmos pães artesanais”, explicou Silva.
Há menos de um ano funcionando na parte externa do Mercado Central, o casal já tem colhido frutos do investimento. “A procura tem crescido, tanto pedidos quanto clientes que entram e consomem nossos produtos na própria loja”, comemora.

VivaOnline

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